Marcilene Barreto, a recém-nomeada secretária de Administração de Cabo Frio pela prefeita Magdala Furtado, após a morte do prefeito José Bonifácio, tem um histórico que levanta sérias questões sobre sua idoneidade para assumir uma pasta tão importante. Sua nomeação tem sido motivo de controvérsia devido a uma ação de improbidade administrativa movida contra ela pelo Ministério Público Federal em Campos, acusando-a de participar de um esquema de superfaturamento de contratos.
Como Controladora Geral de Campos dos Goytacazes, Barreto, juntamente com outros 17 vereadores e o empresário Antonio Geraldo Fonseca Seves, são acusados de terem se beneficiado de contratos superfaturados, incluindo shows e emendas orçamentárias. A ação do MPF pede o afastamento dos envolvidos, a devolução dos ganhos ilícitos aos cofres públicos, a indisponibilidade de bens, a perda de cargos públicos e a suspensão temporária dos direitos políticos.
Marcilene Barreto também está envolvida em uma série de outras irregularidades, incluindo obras emergenciais e contratações impróprias. Durante sua gestão, empregados contratados por meio da Fundação José Pelúcio estavam à disposição dos vereadores. Muitos desses empregados não conseguiam informar suas funções ou sequer sabiam o nome do chefe imediato.
Ao longo de sua carreira, Barreto demonstrou um comportamento questionável. Durante uma reunião em sua casa em Amontado, São Francisco do Itabapoana, fotografias mostram que um grande grupo de RPAs da prefeitura de Campos estiveram presentes, reforçando a acusação de que ela “arranja boquinhas” para amigos e associados.
Além disso, Barreto é proprietária da empresa Comercial D & A Litorânea Ltda, registrada em São Francisco de Itabapoana, com um capital social de R$ 200.000,00. O envolvimento de Barreto em tais atividades duvidosas e sua proximidade com figuras políticas controversas levantam questões sobre sua idoneidade para o cargo de Secretária de Administração de Cabo Frio. Sua nomeação é vista com desconfiança, suscitando dúvidas sobre a gestão responsável e transparente dos recursos do município.
Em 2008, o cenário político de Campos dos Goytacazes foi abalado por um verdadeiro terremoto administrativo. O prefeito Alexandre Mocaiber, o secretário de Fazenda, Carlos Edmundo Ribeiro de Oliveira, e a então controladora-geral do município, Marcilene Nunes Daflon, foram acusados de diversas irregularidades e, em uma ação histórica, foram obrigados a reembolsar os cofres públicos com uma soma astronômica de aproximadamente 116 milhões de reais, advinda de recursos próprios. Dentre as diversas irregularidades apontadas, chamou-se a atenção para obras emergenciais decorrentes da enchente de Santo Eduardo, cujas descrições e custos surgem no meio de uma infinidade de relatórios. O levantamento dessas e de outras irregularidades ocorreu no período de 2006 a 2007, durante uma inspeção extraordinária realizada pelo TCE-RJ. A finalidade era verificar despesas realizadas pela prefeitura, dispensadas ou inexigíveis de licitação, englobando até mesmo órgãos da administração indireta. No meio dessa extensa investigação, encontram-se gastos extravagantes como a construção de uma ponte no Departamento, que custou surpreendentes R$ 3,2 milhões, e ainda um muro de contenção às margens do Valão que, por sua vez, sequer chegou a ser construído.
Por: cic 7 notícias