AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA REÚNE AMBIENTALISTAS, VEREADORES E POPULAÇÃO

Queima diária de carvão mineral pela siderúrgica tem emitido gases perigosos, diz engenheiro ambiental

A audiência pública convocada pela Câmara de Volta Redonda na noite desta quarta-feira (26), trouxe à tona dados preocupantes sobre a poluição provocada pela CSN. O ‘pó preto’, que parece ter diminuído nos últimos dias após a instalação de equipamentos – jatos de polímeros e canhões de névoa – não é o único problema enfrentado pelo volta-redondense. O Instituto Internacional Arayara, com sede em Curitiba, apresentou dados sobre a emissão de gases perigosos durante a queima de carvão mineral.
O evento, que contou com a presença de cerca de 150 pessoas, teve a participação da vice-presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Deise Delfino; da diretora do Departamento de Qualidade do Ar, do Ministério do Meio Ambiente, Thaianne Resende, que participou da reunião de forma online, e do engenheiro ambiental Urias Neto, do Instituto Internacional Arayara.

Durante a abertura da audiência pública, o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Conrado, destacou que o tema debatido é relevante, importante e atual. “É uma satisfação abrir as portas do Legislativo para a discussão deste tema. É o assunto mais comentado de Volta Redonda. Estamos aqui para ouvir as pessoas da cidade, pois o Legislativo é a caixa de ressonância do anseio das pessoas”, disse, acrescentando que a Casa não tem poupado esforços para exigir que a CSN e o Inea cumpram sua obrigação.

“É um caso de saúde pública. Os médicos têm dito como aumentaram os casos de doenças respiratórias. É crucial para a saúde da população”, afirmou Paulo Conrado. No que depender dele, disse, a CSN não terá trégua. “Não vamos dar trégua à CSN enquanto não derem um basta na poluição. Está muito claro, o problema. A CSN não estava tratando com responsabilidade a situação, tanto que só após as instituições se manifestarem é que tomaram providências”, destacou, referindo-se ao anúncio, pela siderúrgica, de um investimento da ordem de R$ 700 milhões para amenizar o problema e da compra de 12 canhões de névoa.

“Por que não fizeram isso antes? Eles têm um faturamento astronômico e não estavam tratando o caso com responsabilidade, deixando a saúde da população em segundo plano. Vamos cobrar com firmeza”, prometeu Paulo Conrado.

“O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é importante, mas não aguentamos mais ouvir falar de TAC. Como acreditar que em 2024 [prazo final do TAC assinado pela siderúrgica em 2018, grifo nosso] a poluição vai cessar? Não vamos acreditar em história de Papai Noel. Queremos providências imediatas. Queremos os empregos da CSN, mas não a troco da saúde da população de Volta Redonda”, encerrou o presidente da Câmara.

A CSN não enviou nenhum representante para a audiência pública.

qlei a matéria completa em diariodovale.com.br