Considerado por muitos o vereador mais “inseguro” de Itatiaia, Bruno Diniz foi o único parlamentar a se abster em uma votação da semana passada, quando a Câmara Municipal, por oito votos a dois, decidiu abrir um processo de impeachment contra o prefeito Irineu Coelho, preso em flagrante no dia 17 de outubro por supostamente cometer o crime de injúria racial ao chamar a balconista de uma padaria de Resende de “negrinha”. Para ler mais sobre a abertura do processo de Impeachment de Irineu, clique nesse link.
Ao que tudo indica, Irineu não gostou da “subida no telhado do vereador”, já que o alcaide acaba de cancelar uma licença sem vencimento de Bruno Diniz, que é funcionário concursado da prefeitura e que agora vai ter que “bater cartão”. É o que prevê a portaria 6970/2023, publicada no boletim oficial 195/2023, de 27 de outubro de 2023.
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Ao que tudo indica, a maré de sorte de Bruno Diniz nos últimos anos começou a mudar, já que o parlamentar foi aprovado em quinto lugar para analista de suporte em TI no último concurso da prefeitura de Itatiaia, em 2019. Concurso realizado pelo Ibam Concursos, contratado através do irmão de Bruno Diniz, Tiago Diniz, que ocupava o cargo de secretário de Administração de Itatiaia.
Embora Bruno Diniz possa não ter agradado Irineu durante a votação da abertura do processo de impeachment, é possível que a proximidade diária entre o prefeito e o servidor/vereador possa ajudar os dois a fazerem a pazes, sé é que realmente houve algum desentendimento e haja relação entre o voto de Bruno e o cancelamento da licença decretado por Irineu.
Apesar de não ter favorecido o alcaide na votação da abertura do processo de impeachment, Bruno já prestou “bons serviços” para Irineu no ano passado. Isso é o que dizem alguns observadores da política de Itatiaia sobre o episódio da CPI da merenda em 2022, que terminou em pizza com a aprovação de um relatório considerado fajuto apresentado por Bruno, relator da CPI. O documento foi encaminhado ao Ministério Público apontando irregularidades em um processo administrativo de compra de cerca de R$ 600 mil em merenda, embora o processo administrativo já estivesse cancelado pelo prefeito antes da abertura da CPI. Na época, o jornalista Elizeu Pires publicou sobre o assunto, que pode ser acessado nesse link.
Em setembro, Bruno Diniz também ficou em cima do muro em uma votação para determinar a abertura ou não de um processo de cassação do presidente da Câmara de Itatiaia, vereador Vinicius Leal, o Vini Celular, acusado de crime ambiental. O representante do Legislativo acabou escapando por um placar apertado de cinco votos a quatro, fora a abstenção de Bruno. Antes da votação, Vini Celular deu a entender que tinha provas de uma suposta tentativa de extorsão contra ele e prometeu procurar o Ministério Público para denunciar os supostos criminosos. Desde então, Vini Celular não tocou mais no assunto. Para ler sobre isso, clique nesse link.
Bruno Diniz também estaria cotado para ser vice de Irineu em 2024 e chegou a ser apontado como pivô do racha entre o prefeito e o vice Denilso Sampaio. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.
Procurador Geral exonerado
Em outra canetada publicada no mesmo boletim oficial do cancelamento da licença de Brubo, Irineu exonerou o então Procurador Geral do Município, Vanderlei Afonso, substituído por Rodolfo Nable. Nos bastidores, há quem diga que a exoneração de Vanderlei seria resultado de um agravamento dos desentendimento entre Irineu e o prefeito de Resende, Digo Balieiro Diniz, que teria feito a indicação do nome do ex-procurador.
Não é possível afirmar se as supostas rusgas entre Irineu e Balieiro também têm relação com a exoneração de Isabelle Souza e Silva, que não é mais secretária de Meio Ambiente, outra exoneração publicada no mesmo boletim oficial.