Uma decisão recente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o TJRJ, tomada pela 1ª Vara Criminal de Resende, determinou o arquivamento de um pedido feito pelo prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho, de indiciamento do delegado de Resende, Michel Floroschk, que prendeu o político em flagrante no dia 17 de outubro após Irineu supostamente cometer o crime de injúria racial, equiparado ao racismo, depois de chamar a balconista de uma padaria de “negrinha”. Para saber mais sobre a prisão de Irineu, clique nesse link.
No processo contra Floroschk, Irineu pedia que o delegado respondesse pelos crimes previstos nos artigos 138 (Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime) e 140 (Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro) do Código Penal, crimes que preveem penas de seis meses a dois anos e um ano a três ano de reclusão, respectivamente, além de multa.
Mas, para a juíza Ludmilla Lins, Irineu não conseguiu comprovar as acusações dele contra o delegado e mandou arquivar o processo após o indeferimento do pedido do prefeito.
Quinta-feira, dia 14, Floroschk compareceu a uma sessão do processo de impeachment contra Irineu que tramita na Câmara de Itatiaia. Na ocasião, o delegado sugeriu que Irineu tentou usar de influência política para barrar a prisão dele, disse que o alcaide não mostrou arrependimento por supostamente ter chamado a balconista de “negrinha”, que Irineu é alvo de dois processos criminais e duas investigações em curso por parte do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, que o político teria tentado a transferência dele de Resende para outra cidade e que, depois, Irineu ainda teria enviado uma pessoa para convidar o delegado “para um almoço”.
Quem não compareceu foram os “cinco vereadores de Irineu”. Para ler mais sobre esse assunto e assistir aos vídeos das declarações do delegado, clique nesse link.