Um vídeo recente do vereador de Resende Reginaldo de Engenheiro Passos, além de outros documentos, voltaram a causar revolta nos moradores da cidade do sul fluminense que aguardam semanas ou até meses nas filas de espera por exames, cirurgias e outros procedimentos de Saúde. Isso porque pacientes de Itatiaia estariam sendo indicados pelo prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho, aliado do prefeito de Resende, Diogo Balieiro. A suposta furada de fila em cima dos pacientes resendenses, de quebra, engorda ainda mais o endividamento da cidade do sul fluminense, que já ultrapassou R$ 311 milhões no final do ano passado, sob a gestão de Diogo Balieiro.
Reginaldo de Engenheiro Passos admitiu que “está sendo um peso para Resende carregar muitos municípios nas costas”. O parlamentar ainda afirmou ter conversado com um paciente do Rio de Janeiro que chegou a Resende de Uber e conseguiu uma cirurgia de vesícula no Hospital de Emergência.”
Ao que tudo indica, Reginaldo de Engenheiro Passos nada fez para fiscalizar o atendimento de pacientes de fora de Resende sem necessidade de atendimento de emergência, já que o vereador confessou que simplesmente pediu para o morador do Rio de Janeiro não publicar nas redes sociais sobre o atendimento conseguido em Resende.
“Você faz um favor, num põe isso no Facebook não”, disse Reginaldo de Engenheiro Passos.
Assista a seguir ao vídeo de Reginaldo de Engenheiro Passos.
Em relação ao suposto favorecimento aos moradores de Itatiaia, a intermediação de Irineu junto a Diogo parece favorecer uma prática recorrente, inclusive envolvendo casos de exames corriqueiros, que não representam qualquer risco à Saúde dos pacientes, mas que tiram a vez de pacientes resendenses, muitas vezes com maior urgência.
Ao que tudo indica, além da indiferença de Reginaldo de Engenheiro Passos, as furadas de fila de Balieiro na Saúde de Resende também tem como aliado Luiz Saldanha, ex-diretor da Santa Casa de Resende e atual secretário de Saúde de Itatiaia. Isso é o que mostra o diálogo envolvendo Luizão, como o secretário de Saúde é popularmente conhecido, em um grupo de marcação de consultas no WhatsApp.
Ao ser questionado sobre a possível recusa de um paciente de Itatiaia para atendimento na Santa Casa de Resende, por ser de outro município, Luizão responde: “Pedido do Diogo. Pode Executar”.
Resende endividada
Com os braços cruzados de Reginaldo de Engenheiro Passos e de seus colegas edis, que nada fazem pelos moradores, pacientes de Resende mofam na fila de espera enquanto Diogo Balieiro favorece os pedidos de Irineu e, inclusive, pacientes supostamente de outros estados. Mas, a conta chegou: no final do ano passado Resende Relatou um endividamento de mais de R$ 311 milhões, ocasião em que Reginaldo de Engenheiro Passos e outros vereadores da base de Diogo Balieiro ajudaram a aprovar um empréstimo bancário de R$ 25 milhões.
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“Dupla de ouro de Diogo”
O endividamento de Resende, que também pode ter entre suas raízes a sobrecarga no atendimento de Saúde, possivelmente precisará da lupa do Ministério Público, o MPRJ, para lançar luz sobre quanto e como Luizão e seu “discípulo”, no caso seu sucessor, Kaio Márcio Paiva, andaram gerenciando os repasses de verba pública nos últimos três anos à Santa Casa.
Isso porque o MP foi acionado no final do ano passado, depois que os vereadores da base de Diogo Balieiro reprovaram um requerimento de informação sobre o detalhamento dos repasses de verba pública à Santa Casa. Negativa que, segundo declarações feitas em plenário por um dos vereadores aliados de Diogo, Roque Cerqueira, foi determinada pela base do prefeito.
A suposta “escuridão” sobre os recursos de verba pública gerenciados por Kaio, que parece ter seguido a cartilha de Luizão, se deve ao fato de que a Santa Casa possui personalidade jurídica própria, na condição de instituição sem fins lucrativos, mas, ao mesmo tempo, encontra-se em uma espécie de intervenção do município de Resende, ou seja, anda recebendo dinheiro público, e muito, sem prestar contas da mesma maneira que preconizam as leis federais de contratações públicas (8666/1993) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000).
Isso quer dizer que, juridicamente falando, a administração de Diogo Balieiro pode ter “privatizado” parte da gestão dos recurso públicos na área da Saúde ao promover uma espécie de “bypass” nesse setor. Tanto que não é possível saber detalhadamente sobre a destinação final desses repasses de 2021, 2022 e 2023, que totalizam R$ 83,7 milhões em empenhos destinados à Santa Casa. O que inclui informações como: quais fornecedores foram contratados como esse dinheiro, a que preço e sob qual critério de escolha, quais serviços foram terceirizados e quais equipamentos foram de fato comprados ou alugados com o dinheiro público e sob quais critérios, quais pacientes foram atendidos e qual a origem deles.
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