Em um áudio dirigido aos servidores da prefeitura municipal de Resende nos últimos dias, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Resende (SFPMR), Geovanio Souza, afirmou que o prefeito Diogo Balieiro vai cumprir nesse mês de fevereiro os termos de um acordo firmado em dezembro de 2021, referente à concessão de um reajuste de 10% à categoria, que representam a última de três parcelas que totalizam 33%.
Na ocasião, Diogo Balieiro afirmou que, embora a data-base dos servidores fosse o mês de maio, ela seria antecipada para fevereiro.
“Muitos servidores têm me cercado… com relação àqueles 10% daquele acordo de 33%, seria a última parcela… eu tive contato ontem com o secretário de Governo. Estão tentando marcar uma reunião com o sindicato agora pra pode já concretizar… a Câmara já voltou essa semana, vai parar para o Carnaval, e a minha preocupação se deu por ser um mês curto… mas o de Governo (Élio Rodrigues) se certificou que não vai ser impedimento isso”, disse o Geovanio.
Mas, os observadores mais atentos da política do sul fluminense já temem que o cumprimento do acordo com os servidores seja utilizado pelo prefeito como possível propaganda eleitoral antecipada para vincular os 10% ao pré-candidato a prefeito supostamente apoiado pelo alcaide no pleito desse ano, o secretário de Saúde Jayme Neto, que nada tem a ver com o aumento dos servidores. Mas que parece bem próximo dos representantes sindicais.
“Só na pendência mesmo de juntar o secretário de Saúde e do prefeito pra fazer essa reunião”, prosseguiu o representante sindical.
Ouça a seguir ao áudio de Geovanio na íntegra.
“Surf” na tromba d’água
Diogo Balieiro e Jayme Neto já são alvo de questionamentos por supostamente terem tirando proveito da queda de uma tromba d’água na noite do dia 8 no distrito de Visconde de Mauá. Foi o que relatou R.N.P que pediu para não ser identificada dizendo que “tudo que fiz foi por amor ao próximo, seguindo os ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo”, quando a empresária de Volta Redonda (RJ) chegava com a irmã a Visconde de Mauá para um retiro espiritual durante o Carnaval. Quando ela testemunhou o transbordamento do Rio Preto.
“Começou ali a minha missão ao lado da minha irmã, viramos a madrugada ajudando a socorrer as pessoas”, contou.
Mais tarde, R.N.P revelou a chegada de duas pessoas acompanhada de outras que as seguiam e registravam tudo que faziam.
“Depois da tromba d’água e dos feridos, aquela foi a coisa mais dantesca que eu presenciei naquela noite porque eu percebi que eles estavam tirando proveito da tragédia, da dor das pessoas para se promoverem”, revelou.
R.N.P afirmou que nos primeiros instantes não tinha percebido que os dois médicos que eram fotografados e filmados enquanto atendiam as pessoas eram o prefeito e o secretário de Saúde de Resende, Diogo Balieiro e Jayme Neto, que é pré-candidato a prefeito de Resende.
“No outro dia fui acompanhar as redes sociais em grupos de Resende e os dois estavam lá se promovendo em cima da dor das pessoas, tirando proveito político da tragédia, transformando a tromba d’água em palanque eleitoral”, completou.
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Servidores de Resende sem férias
Desde o final do ano passado, funcionários da prefeitura de Resende relatam problemas nos últimos meses para o recebimento de férias, o que estaria ocorrendo sem o efetivo recebimento dos proventos. Na época, através de grupos ligados a diversos setores da administração municipal, a orientação seria empurrar para 2024 o pagamento dos dias de férias, mesmo que os dias tirados tenham sido em 2023, problema que ainda estaria ocorrendo.
Segundo o relato de alguns servidores, o problema se agravou com o inchaço da máquina pública por causa do excesso de cargos comissionados, os CCs, nomeados por Diogo Balieiro. Uma sobrecarga que teria emitido sinais de alerta em julho, quando a prefeitura teria começado a intensificar o bloqueio de diversos recebimentos de férias de servidores, embora não seja possível afirmar se isso aconteceu em 100% dos casos de servidores que tentaram tirar férias nesse período e não receberam.
As mensagens nos grupos de whatsapp dizendo que os servidores já não receberiam férias a partir de julho e agosto coincidem com o demonstrativo de despesa de pessoal emitido pela prefeitura em agosto. Nesse documento, o governo do prefeito Diogo Balieiro relatou mais de R$ 431,6 milhões com folha de pagamento. No acumulado de 12 meses, esse total representou 53,56% da receita corrente líquida da cidade do sul fluminense, cerca de R$ 806 milhões segundo a prefeitura.
Esses R$ 431,6 milhões incluem os servidores concursados e centenas de CCs nomeados por Balieiro. Acontece que o teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade fiscal para pagamento de pessoal do Executivo é 54% da receita corrente líquida, teto que quase foi alcançado em agosto, de acordo com a própria prefeitura.
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Resende endividada
Para piorar, a cidade do sul fluminense se transformou em uma bolha nos últimos anos, já que a divida do município ultrapassou R$ 311 milhões em outubro.
Repasse à Santa Casa “às escuras”
Até o fechamento dessa edição, continuava indisponível no Portal da Transparência as informações de repasses de verba pública à Santa Casa de Resende. Essa ausência de informações foi objeto de uma denúncia recente ao Ministério Público, o MPRJ. O pedido de ajuda ao MP aconteceu depois que a maioria dos vereadores reprovou um requerimento do vereador Tiago Forastieri, que tentava lançar luz sobre os repasses à instituição filantrópica nos últimos três anos, e pode envolver, pelo menos, R$ 100 milhões.
Diogo sanciona aumento para os vereadores
Em janeiro, os vereadores de Resende foram beneficiados pela sanção da lei municipal 4.254/2024, assinada por prefeito Diogo Balieiro, e terão seus salários reajustados para R$ 15.619,95 a partir de 1º de janeiro de 2025, mesmo valor do 13º dos nobres edis da cidade do sul fluminense, que ainda foram contemplados por outra canetada de Balieiro. Nesse caso a lei 4.153/2024, que estabelece a diárias entre R$ 286 e R$ 506 para as viagens dos parlamentares.
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Servidores sem abono-Fundeb
Afeito a mandar projetos para aprovação relâmpago da Câmara de vereadores quando as proposituras são do interesse do governo dele, Balieiro não demonstrou a mesma disposição em desembro do ano passado quando poderia e não quis usar o excedente de arrecadação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para conceder abono aos servidores da categoria, como fizeram outros município, como Angra dos Reis. No time dos prefeitos que deixaram os profissionais da Educação chupando dedo no abono-Fundeb também “jogou ao lado de Diogo Balieiro” o prefeito de Itatiaia e aliado político dele, Irineu Coelho, que també nada fez para beneficiar a categoria.
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