Áudios e documentos comprovam influência do vereador Douglas Felizardo na emissão de alvarás para ambulantes em Cabo Frio.

O Portal CIC7 Notícias obteve acesso exclusivo a documentos que revelam a interferência do vereador Douglas Felizardo na Secretaria de Posturas de Cabo Frio, destacando uma prática preocupante de negociação para a obtenção de alvarás de trabalho por meio de apadrinhamento político. Nos próximos dias, será desenvolvida uma série de reportagens detalhadas, desvendando os bastidores dessas negociações e como elas afetam diretamente a transparência e a eficiência dos serviços públicos na cidade, evidenciando um caso emblemático de influência política nos processos administrativos municipais.

Cabo Frio enfrenta um escândalo político após o vazamento de áudios e conversas de WhatsApp que colocam o vereador Douglas Felizardo no centro de uma polêmica de favorecimento indevido. O Portal CIC7 Notícias teve acesso exclusivo a esses materiais, revelando como o vereador, também servidor efetivo da prefeitura e fiscal de posturas, parece exercer influência sobre o secretário de posturas, Fábio Berany, e outros funcionários da secretaria para beneficiar cabos eleitorais.

Eleito em 2020, Felizardo prometeu defender os direitos dos ambulantes, mas documentos e áudios agora sugerem que ele tem usado sua posição para favorecer interesses particulares. Em um dos áudios, o vereador é ouvido dando ordens diretas a um servidor para que atenda a pedidos específicos, inclusive orientando que sejam ditas às pessoas que procuram a secretaria para obter licença de trabalho que “Douglas é nosso vereador”. Além disso, Felizardo solicita que o servidor agende reuniões nas casas dos solicitantes para que ele possa visitá-las pessoalmente.

A relação entre Douglas Felizardo e o secretário Fábio Berany, evidenciada pelo compartilhamento de conteúdo promocional do vereador nas redes sociais pessoais do secretário, aponta para uma nomeação política. Fábio Berany é descrito como uma indicação do vereador, que atualmente serve como base do governo na Câmara Municipal e ocupa o cargo de vice-presidente da casa.

A interferência política em órgãos públicos, como aparentemente demonstrado no caso envolvendo o vereador Douglas Felizardo em Cabo Frio, constitui uma prática ilegal que compromete a imparcialidade e a eficiência da administração pública. Esse tipo de conduta pode configurar crimes como improbidade administrativa, que abrange atos ilegais ou contrários aos princípios básicos da administração pública, além de nepotismo e favorecimento indevido. Exemplos semelhantes têm sido observados em diferentes regiões do Brasil. No estado do Amapá, por exemplo, investigações revelaram um esquema de nepotismo e favorecimento em contratações públicas. Outro caso notório ocorreu no Mato Grosso, onde políticos foram acusados de usar sua influência para obter vantagens indevidas em licitações e alocação de recursos. Essas práticas não apenas desviam recursos públicos de seus objetivos legítimos, como também erodem a confiança da população na gestão pública, exigindo vigilância constante e punições adequadas para garantir a transparência e a justiça no serviço público.

Fonte: Cic7 notícias