Queimados: Suspensão da concorrência do lixo beneficia empresa de grupo que tem entre sócios delator de propina a conselheiros do TCE

A suspensão da Concorrência Pública 13/2023, com valor global estimado em R$ 43,1 milhões, aberta pela Prefeitura de Queimados para os serviços de limpeza urbana, beneficia diretamente uma empresa que desde que o prefeito Glauco Kaizer assumiu o governo, em janeiro de 2021, teve seu contrato reajustado três vezes, e vai continuar operando no município, provavelmente ganhando mais um reajuste, a Força Ambiental.

O contrato licitado foi renovado até o limite de 60 meses e como o município demorou muito para abrir um processo licitatório, a Força Ambiental foi contratada emergencialmente por mais seis meses no final de 2023, até que a concorrência fosse realizada. Com o adiamento sinie die determinado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), um novo contrato emergencial deverá se ser firmado, o que, ao certo, vai ao encontro dos interesses da atual prestadora de serviços.

Grupo forte – A empresa Força Ambiental tem como donos seis empresários que fazem parte do grupo União Norte Fluminense, que ganhou o noticiário a partir de 2017, por causa de uma delação que entregou um suposto esquema de pagamento de propina a conselheiros do Tribunal de Contas e ao governo fluminense. 

Entre um dos donos do grupo está Rafael Andrade Barbosa, que seria irmão de Marco Andrade Barbosa da Silva, que, em novembro de 2017, resolveu colaborar com as investigações da Lava Jato, contando ter sido orientado sobre o pagamento de uma taxa de 5% para o governo Rio e de mais 1% para o Tribunal de Contas do Estado. Marcos era executivo da União Norte e, em depoimentos prestados ao MPF, revelou que a propina teria sido paga em cheques de R$ 50 a 100 mil, que eram sacados na boca do caixa em agências bancárias.

A União Norte, segundo foi noticiado na época, fez um acordo de leniência com o Ministério Público Federal, e o executivo prestou depoimento na condição de colaborador, revelando que a empresa teria pago R$ 17 milhões em propinas por contratos firmados com o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro, entre 2008 e 2014.

De acordo com registros na Receita Federal, a Força Ambiental, além de ter como donos os controladores da União Norte Fluminense, tem como sócia a empresa Gestão 21 Construções e Participações, que por sua vez é a associada a kaisen Rio Construções Empreendimentos, sócia da Mardi Consultoria e Participação, que consta como sendo de Marco Andrade.

Por: elizeupires.com