Dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP) apontaram que entre janeiro de 2022 e maio de 2023 o índice de letalidade violenta em Resende aumentou 58,8%. Esse percentual ajuda a explicar por que o município do sul fluminense foi um destaque negativo no Anuário Brasileiro de Segurança Publica 2023, levantamento que apontou que o município tem a maior taxa de mortes violentas intencionais da região: 39,8 por 100 mil habitantes enquanto a média nacional é de 22,3 por grupo de 100 mil.
Nos últimos dias, o município de menos de 150 mil habitantes voltou a chamar a região pelo assassinato de jovens, muitos com suposta ligação com o tráfico de drogas, assaltos a mão armada, entre outros crimes. Porém, a escalada da violência na cidade nos últimos anos também pode ser enxergada pelo empobrecimento da população, ausência de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento socioeconômico que fizeram de boa parcela dos moradores uma legião de “depenados”, incluindo a classe média do município, enquanto os bolsões de pobreza se proliferaram. Uma “política de migalhas” concedida pelo poder público através da figura do prefeito Diogo Balieiro, que parece ter tirado proveito em cima do empobrecimento do povo, mas que pode ajudado a colocar a cidade num abismo.
Para se ter uma ideia da estagnação econômica de Resende nos últimos anos, dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que a cidade do sul fluminense possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.
A cidade do sul fluminense possui uma posição tímida no comparativo com os outros 91 municípios do estado do Rio de Janeiro, já que Resende é apenas a 25ª colocada em empregabilidade, a terceira entre os quatro municípios da região das Agulhas Negras, e a 233ª do Brasil.
A partir de dados do IBGE, o portal Caravela identificou que Resende é uma cidade que pode ser considerada estagnada quando o assunto é a geração de novos empregos. Em 2023, o número de contratações e de demissões foram quase os mesmos, 13,9 mil admissões de 13,5 mil demissões, saldo de apenas 455 novos postos de trabalho durante todo o ano. O que coloca Resende entre as piores cidades no ranking estadual e nacional.
Empobrecida, Resende é campo fértil para violência e migalhas do prefeito
Há quase oito anos no poder, o prefeito da cidade do sul fluminense, pelo que apontam os números e a pirotecnia do político nas redes sociais, pouco fez para o crescimento econômico e desenvolvimento das pessoas. Em contrapartida, Diogo Balieiro criou uma espécie de pedintes de pequenos aos passo que se promove nas redes sociais tirando proveito político em cima da população fragilizada, em boa parte por causa da falta de uma política desenvolvimentista do governo dele.
Seguindo essa linha, o prefeito voltou a intensificar suas aparições em unidades de saúde em companhia do pré-candidado a prefeito apoiado por ele, o secretário de Saúde Jayme Neto, sempre acompanhados de cargos comissionados que se encarregam de propagar a imagem dos políticos nas redes sociais.
A administração de Diogo Balieiro também endividou a cidade em quase 50% de sua receita corrente líquida, R$ 311 milhões no final do ano passado.
De olho na arrecadação de Itatiaia
No pleito suplementar de Itatiaia em março de 2022, Diogo ajudou a eleger o atual prefeito, Irineu Coelho, que anda fazendo um governo que precisa melhorar muito para ser chamado de péssimo. Porém, o alcaide pode optar este ano por outro nome, o do diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Márcio Paiva.
Kaio teria se transformado em uma espécie de garçom de Irineu Coelho. Isso porque, garantem as fontes das cidades do sul fluminense, Irineu teria ganhado passe livre na indicação de pacientes para a unidade de saúde da cidade de vizinha gerenciada por Kaio, no caso a Santa Casa. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.
“Dupla de ouro de Balieiro”
Kaio faz parte da “dupla de ouro” de Diogo Balieiro junto com o ex-diretor da Santa Casa e atual secretário de Saúde de Itatiaia, Luiz Saldanha. A dupla gerenciou uma quantia estimada de R$ 100 milhões nos últimos anos sem detalhamento no portal da transparência. O que foi objeto de um requerimento barrado na Câmara de Resende no final do ano passado por determinação do prefeito de Resende. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.