Moradores de bairros afastados do centro de Volta Redonda reclamam do serviço de transporte público municipal. As principais críticas apontam a baixa quantidade de veículos em circulação, horários inadequados, superlotação e atrasos.
A população do bairro Roma se pronuncia com frequência sobre os problemas de atendimento dos ônibus. Após duas manifestações e várias reuniões com moradores, a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana colocou novos veículos para circular na região. Atualmente, dez ônibus atendem o bairro. Entretanto, a comunidade demonstrou insatisfação com este número assim que a implementação ocorreu, apontando que o grande número de moradores do Roma demandava uma quantidade ainda maior de veículos. Até o momento, a STMU não fez novas alterações.
O líder comunitário Dênis Matos afirma que a prefeitura nunca deu uma resposta direta aos pedidos de aumento de cobertura dos ônibus, informando apenas que estariam “acompanhando e fiscalizando a situação do bairro”. Apesar de notar que houve uma melhora no cumprimento dos horários previstos pela Viação Cidade do Aço, Dênis ressalta que ainda há superlotação diariamente em horários de pico e que novos coletivos deveriam ser acrescentados nessas horas do dia.
O bairro Vista Verde também enfrenta problemas com o transporte público. A presidente da Associação de Moradores, Cecília Gonçalves, afirma que o maior ponto negativo são os horários de circulação, que diminuíram desde o período de pandemia da Covid-19. Segundo ela, a linha 155 (Circular 15), que é a única que vai até o bairro, costumava fazer esse trajeto em todos os horários; após a pandemia, foi comunicado aos moradores que o ônibus subiria apenas em horários considerados de pico.
O morador Vitor Leite diz que essa mudança causou problemas à população do bairro; em especial, aos idosos, que precisam subir o morro do bairro com frequência devido à falta de ônibus que façam esse trajeto. “Muitos agora precisam recorrer a carros de aplicativo para não precisar subir”, ressalta. Vitor também explica que, mesmo quando o Circular 15 subia em todos os horários, era comum que os moradores descessem até o Vila Rica para ter acesso à mais coletivos – situação que se agravou após a redução dos ônibus.
Atrasos recorrentes
As linhas intermunicipais também acumulam críticas dos moradores, como é o caso da linha P431, que faz o trajeto de Pinheiral até o bairro Ponte Alta, em Volta Redonda. Passageiros de ambas as cidades que utilizam a linha acreditam que mais horários precisam ser adicionados, apontando que os ônibus sempre estão lotados, chegam atrasados e muitas vezes nem conseguem parar nos pontos devido ao excesso de usuários.
Laryssa mora em Três Poços e precisa se deslocar até Pinheiral por motivos de trabalho. No último domingo, a moradora esperou das 21h até 1h por um ônibus da linha, que não chegou. Segundo a grade disponibilizada pela Viação Pinheiral, os coletivos circulam até 23h40mi nos domingos e feriados. Laryssa conseguiu ir para casa após um motorista de mototaxi perceber que ela estava no ponto há horas e oferecer uma carona.
A moradora ainda afirma que os atrasos também acontecem em dias de semana, e que é comum que os passageiros passem horas no ponto esperando os ônibus.
“Parece que eles nem têm hora para passar. É um absurdo a gente, que é trabalhador, pagar uma passagem cara e ainda ter que lidar com ônibus atrasado”, conclui.
Por: Correio Sul Fluminense