Prefeito de Resende volta a dar “migalha” para a população empobrecida após suposto superfaturamento de 1.000% em lâmpadas de led

Possivelmente apostando na fragilidade da população de Resende nos últimos anos, empobrecida pela escalada do desemprego que ajudou a proliferar diversos bolsões de miséria que favoreceram a perda de centenas de jovens para o tráfico de drogas e deixaram a população refém da violência, o prefeito da cidade do sul fluminense, Diogo Balieiro, já começou a inauguração de obras consideradas eleitoreiras, que, além serem tímidas frente ao orçamento de mais de R$ 1 bilhão estimados para este ano, ainda são suspeitas de superfaturamento em diversas casos.

Possivelmente um desses disparates pode ter acontecido na última semana com a inauguração de postes de iluminação pública em uma estrada que corta o município, o que nem deveria ter acontecido já que os moradores pagam mensalmente uma conta salgada através da taxa de iluminação pública, considerada de péssima qualidade. Mesmo assim, Balieiro promoveu um estardalhaço replicado por cargos comissionados, também pagos como o dinheiro do povo, nas redes sociais.

O que o prefeito não disse é que o governo dele andou comprando lâmpadas de led 1.000% acima do preço de varejo, caso de uma aquisição feita no final do ano passado, quando a prefeitura comprou 400 lâmpadas de led para iluminação pública por R$ 472,4 mil, R$ 1.181 cada unidade.

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As “lâmpadas de ouro de Diogo Balieiro” constam entre os ítens de uma nota fiscal de R$ 499,1 mil emitida em outubro do ano passado pela Fort Comércio e Representações, sediada em Goiânia.

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Enquanto tenta se promover politicamente em cima das “lâmpadas de ouro”, a bolha financeira criada pela gestão de Diogo Balieiro não para de crescer. Um montante que ultrapassou R$ 311 milhões em outubro do ano passado, quando o prefeito, que tem maioria na Câmara, conseguiu aprovação de seus vereadores para fazer mais um empréstimo bancário de seu governo, no valor de R$ 25 milhões.

Os números oficiais comprovam que Resende é uma cidade estagnada. Segundo dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade do sul fluminense possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.

Resende possui uma posição tímida no comparativo com os outros 91 municípios do estado do Rio de Janeiro, já que Resende é apenas a 25ª colocada em empregabilidade, a terceira entre os quatro municípios da região das Agulhas Negras, e a 233ª do Brasil.

A partir de dados do IBGE, o portal Caravela identificou que Resende é uma cidade que pode ser considerada estagnada quando o assunto é a geração de novos empregos. Em 2023, o número de contratações e de demissões foram quase os mesmos, 13,9 mil admissões de 13,5 mil demissões, saldo de apenas 455 novos postos de trabalho durante todo o ano. O que coloca Resende entre as piores cidades no ranking estadual e nacional.

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Posando de “bom gestor” em cima da suposta compra de votos

No final de janeiro, Kaio Márcio, diretoror da Santa Casa de Resende que teria se mudado recentemente para Itatiaia para tentar “abocanhar” o controle da prefeitura sendo cacifado por Diogo, foi citado em uma denúncia ao MP depois que compareceu, em horário em que deveria estar trabalhando, no Ciep Ezequiel Freire em Itatiaia ao lado do deputado estadual Tande Vieira, supostamente em um gesto de campanha eleitoral antecipada.

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“Xodó” dos 3% mente em Itatiaia

Há alguns dias, Diogo Balieiro deu mais uma apunhalada pelas costas nos servidores públicos municipais depois de promover uma estardalhaço nas redes sociais prometendo 10% de reajuste à categoria, que seria a terceira parcela de um escalonamento iniciado em 2022, não cumprida pelo político. Isso porque o prefeito deveria ter sancionado uma lei com esse objetivo até o dia 8 de março, 180 dias antes das eleições desse ano, o que ele não fez. Já o diretor da Santa Casa, Kaio Márcio, que também é pré-candidato a prefeito em Itatiaia, considerado uma espécie de “xodó” de Balieiro, tentou pegar carona nos 10%, em um vídeo publicado antes do calote. Isso porque Paiva já está com o filme queimado junto aos servidores de Itatiaia antes mesmo de subir no palanque pela dificuldade que o rapaz deve enfrentar para justificar por que só concedeu 3% durante os cinco anos em que esteve à frente da secretaria de Administração de Resende.

Para piorar, o Diogo Balieiro ainda usou as redes sociais para espalhar um áudio tentando ludibriar a categoria ao alegar uma queda na arrecadação municipal, desculpa fajuta desmentida por documentos oficiais obtidos pelo Folha News, já que a arrecadação estimada para este ano em Resende subiu para mais de R$ 1 bilhão, montante 50% superior aos R$ 666 mil estimados para 2022, quando começou o escalonamento de 33%. Isso quer dizer que, proporcionalmente a receita da cidade do sul fluminense cresceu com uma margem 17% superior ao total do aumento prometido por Diogo Balieiro, caso ele tivesse cumprido integralmente sua promessa.

Com o calote de Balieiro e Kaio nos servidores de Resende, a atual administração municipal acumula 26% de reajuste salarial em oito anos de mandato, total que inclui os 3% concedidos durante a passagem de cinco anos de Kaio pela secretaria de Administração e 23% nos dois últimos anos. Esses 26% perdem em 15,83% para o reajuste do salário mínimo no acumulado desse oito anos.

Em uma comparação com a inflação dos últimos 10 anos, oito anos da gestão de Diogo Balieiro, e dois anos do governo do ex-prefeito, José Rechuan, que também deixou os servidores a ver navios, período em que o aumento de preços foi de cerca de 85%, pode-se dizer que os servidores públicos municipais de Resende já acumulam perdas salariais de 60%.

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