“Showmícios” com dinheiro público e apadrinhamentos complicam prefeito e vereador de Resende

O prefeito de Resende, Diogo Balieiro, e o vereador Matheus Oliveira podem encontrar dificuldade para convencer o Ministério Público e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, respectivamente MPRJ e TJRJ, de que não estão usando dinheiro público com objetivo de tirarem vantagem política e eleitoral através de showmícios disfarçados de shows de pagode provenientes de uma lei recém-criada, fruto de um projeto do parlamentar.

O Festival de Samba e Pagode, cujo pano de fundo é a promoção dos artistas locais, seria custeado com emendas impositivas do parlamentar, que supostamente usa as apresentações para se cacifar politicamente junto com Diogo e o pré-candidato à sucessão do atual prefeito, Jayme Neto.

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Além disso, o excesso de apadrinhamentos atribuídos ao vereador já começa a desgastar tanto Matheus quanto Diogo. Isso pela proliferação de cargos comissionados ligados direta ou indiretamente a ele. O que inclui nomes de primos, irmã, esposa, mãe, pai, do parlamentar ou do chefe de gabinete dele, Pedro Aniceto Guimarães.

Outro exemplo teria sido a promoção de uma coordenadora de posto de saúde ligada ao parlamentar, que, segundo fontes da secretaria de saúde, exerce essa função de fato, embora o contracheque dela seja mais gordo que o das colegas, por causa de uma nomeação de direção feita recentemente pelo alcaide.

Apesar dos apadrinhamentos, o governo de Balieiro pode ser considerado o do desemprego. Isso porque a cidade do sul fluminense está estagnada em praticamente todos os setores segundo um gráfico disponibilizado pelo Sebrae RJ a partir de dados do Ministério do Trabalho.

De acordo com o documento, o setor de serviços sofreu queda, que foi compensada com ligeiro avanço da indústria enquanto o comércio permaneceu praticamente parado.

O marasmo da economia da cidade do sul fluminense também encontra lastro na política adotada pela administração do prefeito Diogo Balieiro, que optou por um modelo assistencialista centrado na promoção pessoal do político através da concessão de pequenos favores, que desfavoreceram o desenvolvimento humano e profissional dos moradores, reféns das migalhas do prefeito. Essa dependência coincidiu com empobrecimento da população nos últimos anos e a abertura de diversos bolsões de pobreza, que podem atrapalhar Balieiro em emplacar o secretário de Saúde Jayme Neto na corrida eleitoral desse ano.

Por outro lado, além do desemprego e da escalada da violência, Diogo também terá poucos argumentos para atrair os serviços concursados, que aguardavam 10% de aumento salarial retroativos a janeiro. Desarranjo econômico e financeiro que também deixa sem pouso o diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Paiva, que se mudou recentemente para Itatiaia supostamente para disputar a eleição desse ano, já que Balieiro estaria de olho na arrecadação da cidade vizinha. O que acontece depois de o alcaide ter afundado Resende em uma dívida de R$ 311 milhões.

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