O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, recebeu uma denúncia de uma suposta farsa envolvendo o furto de peças em 10 ônibus da empresa “Princesinha do Vale”, concessionária do transporte público da cidade do sul fluminense. Segundo a denúncia, trata-se de uma ação orquestrada para reduzir a quantidade de linhas à população.
De acordo com a empresa, foram furtados módulos CPC, responsáveis pelo controle eletrônico do motor, peça essencial para o funcionamentos dos ônibus. Na sexta-feira, dia 17, a empresa informou que denunciou o caso à Delegacia de Polícia e acrescentou que as linhas linhas 140 e 155 seriam realizadas juntamente pelas linhas 135 e 280. Também foi retirado o carro das linhas 140 e 155 para colocar nas linhas 135 e 280. Além disso foi reduzido um ônibus das linhas 135, 280, 285, pois passam no mesmo itinerário.
Já a Prefeitura de Resende informou que disponibilizou um micro-ônibus nas linhas 215 e 305 para cobrir as linhas de maior demanda como a 130,145,175,215,235,275,371,372.
Porém, segundo a denúncia “ventila-se na cidade que o furto de módulos CPC em 10 ônibus seria uma manobra para calar a boca da opinião pública para o deficit de linhas que vem afetando centenas de moradores nas últimas semanas”.
“Importante também esse MP se debruçar sobre o contrato cheio de subsídios que a empresa foi contemplada desde assumiu, inclusive utilizando espaço público como garagem. Uma economia milionária que sequer está sendo aproveitada para a adoção de vigilância dos veículos na garagem, pelo visto. Isso tudo com a conivência do prefeito Diogo Balieiro e dos vereadores que, além de não fazerem nada contra os péssimos serviços da Viação Princesinha do Vale, agora parecem usar uma desculpa esfarrapada, uma farsa, de furto de CPC”, diz a denúncia.
“Disk prefeito” no Hospital de Emergência
Enquanto o MP apura se o “furto das peças” foi ou não forjado, a Promoção Ministerial também já teria feito uma “visita surpresa” ao Hospital Municipal de Emergência Henrique Sérgio Gregori para averiguar uma suposta funcionária fantasma no local. Em outra frente, o MP foi acionado para averiguar um suposto esquema usado na unidade de saúde para promover o prefeito Diogo Balieiro.
Nesse segundo caso, segundo a denúncia, o prefeito estaria criando dificuldades aos pacientes que buscam atendimento na unidade de saúde para vender facilidade, usando os recursos públicos, ou seja, dos próprios pacientes.
Segundo a denunciante, ela percebeu a farsa na semana passada, quando chegou à unidade de saúde com o avô dela, que estaria passando mal e que possivelmente precisasse ser transferido para a Santa Casa.
A denunciante revela que percebeu certa indiferença no tratamento dispensado a ela e ao avô assim que chegaram ao hospital e que foi aconselhada a procurar uma funcionária de nome Natália, que seria cargo comissionado de Balieiro.
Ela relata que Natália ligou para o prefeito e passou o celular para ela conversar com o político, que teria comunicado a transferência do idoso para a Santa Casa a fim de realizar exames.
“Isso precisa acabar, todos somos iguais, todos pagamos impostos para termos atendimento público de qualidade, sem distinção. Como assim? Disk prefeito para receber atendimento pago com o dinheiro público? Que coisa nojenta, baixa, suja desse senhor. Gostaria que o MP investigasse isso e desse a resposta que esse falsário, doente mental merece”, completou a denúncia.
Pela descrição, Diogo Balieiro teria adotado o mesmo modus operandi do então prefeito do Rio Marcello Crivella, flagrado em 2018 no episódio conhecido como “fala com a Márcia”, em que o político orientava um grupo de pastores a procurarem uma assessora dele a fim de conseguir atendimento médico para os fiéis.
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De olho nos 370 milhões de Itatiaia
Ao que tudo indica, Diogo Balieiro continua o modelo de distribuição de migalhas à população empobrecida, que se tornou dependente de um esquema criado pelo governante nos últimos anos para se promover politicamente em cima do sofrimento das pessoas, enquanto afundava o município em uma dívida de R$ 311 milhões. Porém, embora Balieiro tente emplacar o pouco expressivo Jayme Netto na eleição de Resende, a principal aposta do governante está na cidade vizinha de Itatiaia, onde o prefeito tenta emplacar o diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Márcio Paiva, de olho na arrecadação de Itatiaia, estimada em quase R$ 370 milhões este ano.
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