Primeira audiência do caso Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, acontece na próxima quarta-feira (24)

A primeira audiência do processo contra Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, será realizada na próxima quarta-feira (24). Acusado de lesar clientes com um esquema de pirâmide financeira de criptomoedas, Glaidson está preso desde 2021. A sessão está prevista para ocorrer às 14h, na 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Na audiência, serão ouvidas as testemunhas indicadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), incluindo investidores da G.A.S Consultoria, a empresa de Glaidson sediada em Cabo Frio. A empresa operava um esquema de pirâmide conhecido como “Ponzi”, onde recebia aportes financeiros e prometia gerar lucros de 10% por mês aos clientes, mas os fundos eram desviados por Glaidson e seus sócios. A G.A.S Consultoria acumulou mais de 570 processos na Justiça.

Glaidson, que até 2014 trabalhava como garçom em Búzios, abriu empresas de consultoria e investimento no mercado de criptomoedas em 2019. A G.A.S Consultoria, em particular, tinha um capital social de R$ 75 milhões e movimentou cerca de R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021. Glaidson foi preso em uma mansão no Rio de Janeiro, onde foram encontrados R$ 14 milhões em dinheiro, barras de ouro, 21 carros de luxo, joias e 591 bitcoins – o equivalente a R$ 147 milhões.

O “Faraó dos Bitcoins” acompanhará a sessão à distância, pois está detido no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Ele foi transferido para lá após uma investigação do MPRJ revelar que comandava um grupo de pistoleiros para monitorar e eliminar concorrentes, e também responderá pelo homicídio de Nilson Alves da Silva, o Nilsinho, em 2021. Nilsinho sobreviveu após ser atacado por ter alertado clientes da G.A.S a retirarem seus investimentos.

Em junho, a defesa de Glaidson protocolou um novo pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que ele enfrentava problemas psiquiátricos e solicitando que ele fosse autorizado a responder pelos crimes em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. Segundo a defesa, Glaidson estava em tratamento psiquiátrico antes da prisão e necessitava de cuidados fora da cadeia devido ao agravamento de seu quadro de saúde mental. O pedido foi negado pelo ministro Gilmar Mendes.

Por: Cic7 Notícias