A praça Oliveira Botelho, no Centro de Resende, se tornou um caos com as obras abandonadas. Situação ainda pior em dias de chuva, como as da última semana.
Porém, em 2022, quando o prefeito da cidade do sul fluminense, Diogo Balieiro, queria eleger o então candidato a deputado estadual Tande Vieira, a praça viveu seus “quinze minutos” de fama pelas falsas promessas do alcaide, que, ao lado do governador Cláudio Castro, então pré-candidato à reeleição, ludibriaram o povo com promessas de mais de R$ 100 milhões em obras que se transformaram em engodos.
No papel, o governo do estado diz que a obra já está 78% executada e já desembolsou quase R$ 3 milhões, mas na prática a história é outra.
Outro exemplo é a pavimentação da estrada que liga Resende a São José do Barreiro (SP), paralisada por determinação do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, TCERJ.
Após levar Resende à falência, Diogo Balieiro e Tande se arvoram sobre a arrecadação da cidade vizinha de Itatiaia. Na semana passada, a Justiça Eleitoral enquadrou uma fraude em andamento para tentar cacifar o pré-candidato Kaio Márcio, um pau mandado de Balieiro.
Resende pobre, endividada e violenta
A poucos metros da obra paralisada da praça Oliveira Botelho, moradores em situação de rua transformam em abrigo a marquise do Cine Vitória, local que um dia foi o coração da cultura da cidade e que hoje está ameaçado por Diogo e Tande pela fixação da Guarda Municipal.
Para se ter uma ideia da estagnação econômica de Resende nos últimos anos, dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que a cidade do sul fluminense possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.
A cidade do sul fluminense possui uma posição tímida no comparativo com os outros 91 municípios do estado do Rio de Janeiro, já que Resende é apenas a 25ª colocada em empregabilidade, a terceira entre os quatro municípios da região das Agulhas Negras, e a 233ª do Brasil.
A partir de dados do IBGE, o portal Caravela identificou que Resende é uma cidade que pode ser considerada estagnada quando o assunto é a geração de novos empregos. Em 2023, o número de contratações e de demissões foram quase os mesmos, 13,9 mil admissões de 13,5 mil demissões, saldo de apenas 455 novos postos de trabalho durante todo o ano. O que coloca Resende entre as piores cidades no ranking estadual e nacional.
Dados de um relatório recente divulgado pelo Sebrae-RJ com base em dados oficiais da Receita Federal e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) também apontam que o número de novas empresas ativas em Resende caiu a níveis de 2014. Esse encolhimento atinge em até 85% alguns setores da cidade do sul fluminense, cuja dívida de R$ 314,7 milhões representa o maior rombo da história enquanto a cidade se encontra mergulhada na pobreza e contratos supostamente superfaturados.
Moradores empobrecidos, cercados e reféns das migalhas do prefeito
Carente de políticas públicas sociais e abertura de novos postos de trabalho nos últimos anos, boa parcela dos moradores de Resende estão cercados pela violência, perdendo seus jovens para organizações criminosas, não conseguem andar com suas próprias pernas e se tornaram presas fáceis do que parece ser uma política assistencialista implantada pelo governo do prefeito Diogo Balieiro, que em muito favoreceu o empobrecimento da cidade.
Pedintes de Diogo Balieiro
Supostamente usando o grupo Bom Dia Resende como braço de marketing digital segundo denúncia feita ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, Diogo Balieiro, Tande e companhia conseguiram surfar em uma onda populista baseada na concessão de migalhas, enquanto a cidade se afundava em dívida.
Porém, os empobrecidos cidadãos resendenses dos últimos anos pelo desemprego e endividamento da cidade que não estão dentro da “gaiola de Diogo Balieiro” sofrem por causa do favorecimento dos que são forçados a comerem, e se contentarem, com as migalhas do alcaide. Foi o que ocorreu recentemente com uma moradora da cidade vizinha de Porto Real, que buscou atendimento no Hospital de Emergência de Resende, onde não havia médico para a retirada de um corpo estranho que havia caído no olho dela. Porém, a mesma afirma ter conseguido atendimento através do contato direto do prefeito, Diogo Balieiro, que é oftalmologista.
“Está ai a prova, não sou moradora de Resende e ainda fui atendida pelo prefeito da cidade”, disse a moradora.