O ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB), que retorna à política após quase seis anos afastado, apareceu à frente de seu oponente, Arthur Tutuca (PRD), na pesquisa Ipec divulgada nesta quarta-feira, que apura as intenções de voto na disputa pela prefeitura de Piraí. No levantamento divulgado pelo jornal Aqui, da região Sul Fluminense, o emedebista tem 59% contra 29% de seu oponente, que é irmão do secretário do estado de Turismo do Rio, Gustavo do Tutuca, e filho do prefeito de Piraí Arthur Henrique Gonçalves Ferreira, que morreu em 2020, durante seu mandato.
Ainda no levantamento, 7% das pessoas respondeu que votar branco ou nulo e outros 10% alegaram não saber responder. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 12 de agosto de 2024 e ouviu 400 eleitores. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança e 95%.
O pleito na cidade do interior do estado, que tem aproximadamente 28 mil habitantes, envolve dois antigos conhecidos, já que as famílias eram aliadas política. Durante o período que foi governador do Rio, Pezão teve Gustavo Tutuca, irmão mais velho do atual rival, em seu secretariado, comandando a pasta de Ciência e Tecnologia. A relação de proximidade, no entanto, era ainda mais antiga, já que ele também atuou na equipe de Pezão quando ele ocupou a prefeito de Piraí.
Pezão deixou o cargo de governador antes de concluir o mandato, em 2018, quando foi preso na Operação Boca de Lobo, um braço da Lava-Jato, por suposto recebimento de propina da federação que reúne empresários de ônibus no Rio, a Fetranspor. O emedebista ficou atrás das grades entre novembro de 2018 e dezembro de 2019.
Em junho de 2021, ele chegou a ser condenado a 98 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. No ano passado, porém, o ex-governador foi absolvido após anulação das sentenças do então juiz federal Marcelo Bretas, que julgou os casos.
Apesar dessa vitória judicial, Pezão é considerado inelegível atualmente por conta de uma condenação por improbidade administrativa referente aos anos de 2014 e 2015. A expectativa do ex-governador é conseguir derrubar a sentença até o fim do período de registro de candidaturas ou disputar o pleito por força de liminar.
Fonte: O Globo