O candidato a prefeito de Itatiaia Kaio Márcio saiu de Resende, mas Resende não saiu dele. Pelo menos essa é a impressão dos observadores mais atentos das cidades do sul fluminense.
Isso porque cabos eleitorais e a maior parte dos assessores do candidato são de Resende, inclusive alguns cargos comissionados da prefeitura e da Santa Casa, onde ele foi diretor. Enquanto isso, moradores de Itatiaia ficam no limbo, ou seja, com a “rapa do tacho”. Situação que pode se agravar ainda mais em um eventual governo do pupilo do prefeito de Resende, Diogo Balieiro, que estaria de olho nos estimados R$ 370 milhões de Itatiaia.
Para muitos, o fato de Balieiro não ter escolhido um dos mais de 30 mil moradores de Itatiaia como candidato, ou candidata, diz muito.
“Por que ele não colocou a dona Angela como candidata dele e deixou o Kaio em Resende? Itatiaia não tem ninguém capaz ou o objetivo dele é ter um laranja dele com a chave do cofre de Itataia?”, questiona um morador da Vila Maia.
Dona Angela, para muitos, pode se transformar em uma espécie de “Geraldinho de Itatiaia”. Isso porque o comerciante do bairro Cidade Alegria, em Resende, foi alçado para vice e ajudou a alavancar a campanha de Balieiro em 2016, mas acabou “sepultado” pelo prefeito de Resende.
Esse ano, o então pré-candidato à sucessão do atual prefeito de Resende, o secretário de saúde Jayme Neto, foi apunhalado pelas costas ao ser trocado de última hora pelo deputado estadual Tande Vieira, candidato em Resende apoiado por Diogo Balieiro.
Enquanto isso vans desembarcam em Itatiaia com cabos eleitorais que já tomam o lugar de munícipes de Itatiaia.
“Os secretários, os cargos da prefeitura, as empresas, fornecedores…Vão tomar Itatiaia de assalto, vamos ficar à míngua”, desabafou uma dona de casa do bairro Campo Alegre.
O sentimento dos servidores concursados de Itatiaia é de medo, e não e à toa. Isso porque os servidores concursados de Resende são tratados como indigentes. Recentemente a categoria levou um calote de 10% de um reajuste prometido e não cumprido por Balieiro. Golpe semelhante aos 3% concedidos durante cinco anos em que Kaio esteve à frente da secretaria de Administração. Esse percentual acabou anulado pelo aumento da contribuição com o Resenprev, a previdência dos concursados de Resende.
Kaio e Tande seriam favorecidos em um debate através de um conchavo que acabou barrado pela Justiça Eleitoral.