Detentor de 60% do tempo destinado à propaganda eleitoral na TV Rio Sul, o grupo político do prefeito de Resende, Diogo Balieiro, conseguiu emplacar sem dificuldade Tande Viera em Resende e Kaio Márcio em Itatiaia, onde o sinal da afiliada da Rede Globo também chega. O que, para os observadores mais atentos, justificou o bombardeio midiático para “promover a Santa Casa de Resende”, o que pode ter sido uma estratégia de marketing eleitoral para falar de Kaio de forma velada, já que o prefeito eleito foi diretor da instituição de saúde.
Porém, passada as eleições, Diogo Balieiro fez questão de divulgar uma peça publicitária em que ele, franzino e de menor estatura que os prefeitos eleitos, aparece como um “gigante” frente a Tande e Kaio. O que, para os mais atentos, não se trata apenas de massagear o ego de Baleiro, mas sim um recado de que ele é quem, de fato, vai mandar nos governos de Tande e Kaio. Possibilidade que pode preocupar, já que Diego Balieiro, quer ele goste ou não, é o prefeito responsável pelo maior rombo financeiro dos cofres públicos de Resende, com uma dívida de R$ 322,9 milhões (35% da receita corrente líquida), equivalente a 57,35 milhões de dólares atualmente. Isso leva a uma inevitável pergunta: Tande e Kaio vão aceitar serem pau mandados de Diogo Balieiro e continuarem essa política populista, porém de arrombamento das finanças de Resende e Itatiaia?
Isso porque, apesar de ter sido usada como vitrine para ajudara a eleger Tande e Kaio, a Santa Casa de Resende recebeu nos últimos anos R$ 100 milhões em repasses de verba pública que continuam encobertos no portal da transparência. Já o rombo financeiro de R$ 322,9 milhões aberto por Balieiro coincide com a proliferação de bolsões de pobreza, desemprego e a escalada da violência em Resende, que esta semana foi impactada por uma chacina brutal. Tande e Kaio vão continuar essas mazelas de Diogo Balieiro e se sujeitarem a ser comandados por ele?