A pouco menos de um mês para ser empossado prefeito de Resende, Tande Vieira foi eleito no dia de outubro prometendo um governo de continuidade do atual gestor, o prefeito Diogo Balieiro. Porém, Tande ainda não explicou se a tal “continuidade” também representa manter alguns contratos considerados milionários celebrados pelo governo de Balieiro, responsável pelo maior rombo financeiro da cidade do sul fluminense, R$ 322,9 milhões relatados em setembro.
Para os observadores mais atentos, os contratos celebrados por Diogo são salgados demais e podem ajudar a compreender o endividamento de Resende nos últimos anos, que Tande herdará sem ter questionado, já que ele também fez parte do governo de Diogo Balieiro.
Um exemplo é o contrato 125/2024, celebrado com a empresa Valle Sul ao valor de R$ 3.385.652 para serviços de urbanização e prolongamento do calçadão do Bairro Campos Elíseos. Esse montante anda fazendo torcer o nariz dos mais antenados da cidade do sul fluminense, já que os serviços contratados, que incluem a drenagem e pavimentação de um trecho de cerca de 200 metros, sairão quase o mesmo desembolsado pela prefeitura Colombo (PR). No caso da prefeitura paranaense, foram cerca de R$ 3,7 milhões em drenagem e pavimentação de três ruas, em um total de mais de 1.700 metros de extensão, que representam 8,5 vezes mais que o trecho da rua Nicolau Rizzo, em Resende, onde foram realizados serviços semelhantes.
Tande também não se pronunciou sobre a polêmica reforma de um antigo hospital particular, cujos investimentos anunciados pelo governo de Diogo superam R$ 46 milhões, o dobro do valor desembolsado por uma prefeitura do Rio Grande do Sul para construir um hospital de cinco andares.
Outro exemplo de contrato “gastoso” de Diogo Balieiro é um trecho de quase 500 metros de uma calçada da Beira-Rio na proximidade do Bairro Nova Liberdade, contratado por quase R$ 4 milhões. Isso porque os serviços no local são semelhantes ao que foi contratado recentemente pela prefeitura paraense de Juruti, pagando R$ 318,8 mil, ou seja, 1.150% abaixo do que o valor desembolsado com os recursos do povo de Resende.
Tande Vieira também não se pronunciou sobre um dos pontos mais polêmicos da gestão de Diogo Balieiro, que é a situação jurídica da Santa Casa, objeto do acirramento dos ânimos durante a corrida eleitoral desse ano.
Isso porque a Santa Casa de Resende não é municipalizada, mas utiliza recurso públicos, e muito, sem precisar ser gerenciado pelos trâmites da lei federal de licitações e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Isso porque a entidade possui personalidade jurídica própria e acaba utilizando os repasses sem precisar, por exemplo, fazer licitações.