Os moradores de Resende, em especial os comerciantes, estão ansiosos para verem suas vendas aquecidas nesse final de ano com a decoração de Natal, que, até agora, não foi realizada pelo governo do prefeito Diogo Balieiro, responsável pelo maior rombo financeiro da história de Resende com R$ 322,9 milhões em dívidas, segundo dados divulgados em setembro pela prefeitura.
“Tá uma quebradeira no Calçadão, isso tá prejudicando nossas vendas e arruinou a black friday. E agora, cadê a decoração de Natal?”, questionou um comerciante do Bairro Campos Elíseos, maior centro comercial da cidade do sul fluminense.
O local passa por obras de troca e prolongamento de calçamento com blocos de concreto, que começou em outubro, logo depois das eleições e antes da black friday e do Natal. A obra é alvo de críticas pela época do ano que foi iniciada e pela promessa não cumprida do prefeito de deixar para o início de 2025, segundo alguns comerciantes.
Mas não é só isso: a obra fruto de um contrato (125/2024) celebrado com a empresa Vale Sul ao valor de R$ 3.385.652 anda fazendo torcer o nariz dos o nariz dos mais antenados da cidade do sul fluminense, já que os serviços contratados, que incluem a drenagem e pavimentação de um trecho de cerca de 200 metros, é quase o mesmo desembolsado pela prefeitura Colombo (PR). No caso da prefeitura paranaense, foram cerca de R$ 3,7 milhões em drenagem e pavimentação de três ruas, em um total de mais de 1.700 metros de extensão, que representam 8,5 vezes mais que o trecho da rua Nicolau Rizzo, em Resende, onde foram realizados serviços semelhantes.
O contrato remete a um anexo com um memorial descritivo que não se encontra no documento, o que torna difícil afirmar exatamente o que consiste a “urbanização”, além da troca de blocos e as manilhas trocadas na Rua Nicolau Rizzo, que recentemente infernizaram comerciantes, moradores e pedestres com um vazamento de gás.
Ainda que não seja possível quantificar a envergadura da prometida extensão do Calçadão de Resende, presume-se que o grosso do serviço foi a drenagem e a pavimentação da Nicolau Rizzo, pelo que se vê atualmente no Calçadão. Isso porque, a título de comparação, a prefeitura de Rio Negrinho (SC) celebrou em 2020 um contrato para a pavimentação com blocos de concreto na Rua Travessa Theodoro Junctum, Centro, por pouco mais de R$ 64 mil.
Para se ter uma ideia da discrepância entre os contratos celebrados pelo prefeito Diogo Balieiro e outras prefeituras, somando-se os R$ 745,4 mil da drenagem e pavimentação do trecho de 283 metros entre as ruas General Carneiro e Londrina, e Colombo (RS), com a calçada de blocos de concreto da rua do Centro de Rio Negrinho (SC), chega-se a preço total de pouco mais de R$ 800 mil, valor 77% inferior aos mais de R$ 3,3 milhões desembolsados em Resende por uma obra considerada de pequeno porte.
Possível sobrepreço de R$ 30 milhões
Essa possível gordura no preço da troca de blocos do calçadão e a colocação de manilhas, somada a outros dois contratos recentes, ultrapassam R$ 53 milhões e podem estar R$ 30 milhões mais salgados.
Para se ter uma ideia do quanto os contratos celebrado pelo governo de Diogo Balieiro podem estar salgados, a obra do Hospital do Câncer envolve recursos de cerca de R$ 42 milhões e outros R$ 4 milhões na desapropriação do prédio que sediava um hospital particular até 2021. Esse total é o dobro dos R$ 23 milhões previstos para a construção anexo dois do anexo dois da cidade de Novo Hamburgo (RS), um prédio de cinco andares e 5,1 mil metros quadrados de área construída.
Essa “gordura de R$ 23 milhões” se dilata quando somada ao contrato de quase R$ 4 milhões de calçamento de um trecho de cerca de 500 metros na Beira-Rio, na proximidade do Bairro Nova Liberdade. Isso porque o valor é quase R$ 3,7 milhões superior aos R$ 318,8 mil que a prefeitura paraense de Juruti pagou por uma obra semelhante, incluindo serviços de infraestrutura antes da pavimentação, ou seja, 1.150% abaixo do que o valor desembolsado com os recursos do povo de Resende.
Após o rombo financeiro de R$ 322,9 milhões em Resende, Diogo Balieiro agora tenta uma secretaria com governador Cláudio Castro.