Nos últimos dias 23 e 24 são comemorados, respectivamente, o Dia Nacional da Educação do Surdo e o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais. Em Magé, a rede municipal de ensino realiza um trabalho de inclusão e conta com uma Sala de Recursos para Alunos Surdos, que atende 16 alunos na E.M. Aureliano Coutinho. Além disso, todos os 28 alunos surdos ou com baixa audição da rede contam com intérpretes em sala de aula.
“Nosso trabalho de inclusão é um desafio muito grande e o nosso atendimento educacional especializado tem por objetivo integrar esse aluno aos colegas e à sociedade. Todos os alunos surdos matriculados têm direito a esse atendimento especializado no contraturno, onde são alfabetizados na linguagem de sinais e na sala regular eles têm o intérprete auxiliando. Esse trabalho vai além da sala de aula, levamos esse aluno a atividades culturais como circo e teatro, para inseri-lo na sociedade”, explicou Maria Rita Luzório, diretora do Departamento de Ensino de Magé.
Hoje com 14 anos, o Victor Hugo iniciou os estudos na rede municipal de Magé, sempre com o suporte da sala de recursos. Há alguns anos precisou se mudar, mas em sua nova cidade não encontrou apoio. Sua avó, Simone Rodrigues, decidiu então voltar a morar em Magé e inseri-lo no projeto de Alfabetização e Letramento para Surdos em Magé.
“Eu mudei para uma cidade, mas lá não tinha o ensino de Libras, então ele ficou bem frustrado. Com isso, tive que retornar para Magé porque aqui tenho todo o apoio e agora não saio mais daqui. Hoje ele é um menino alegre, que faz de tudo, joga bola aqui na quadra da escola. É uma criança normal graças a essa equipe que se faz presente na minha vida”, agradeceu Simone.
A Anne Caroline Alves é ex-aluna da rede municipal mageense e contou com o suporte da Sala de Recursos. Recentemente recebeu um laudo que indicava que seu filho João Vitor está perdendo a audição. Para ter uma estratégia de ensino diferenciada, também resolveu colocá-lo no projeto.
“Quando eu era mais nova, me matriculei em uma escola que não tinha intérprete. Era muita bagunça e eu não gostava de ir. Minha mãe conversou com a diretora e ela indicou essa escola aqui em Piabetá, eu fiquei admirada porque tinha intérprete, fiquei muito feliz e foi muito bom para minha autoestima. Sobre o João Vitor, eu percebi que também estava com dificuldades e decidi matriculá-lo aqui também. Na outra escola ele não gostava de ir, agora está amando vir para cá”, se emocionou Anne.