A prefeitura de Resende relatou recentemente que esbarrou no teto de 54% da Lei de Responsabilidade Fiscal com folha de pagamento, um inchaço que já estaria sendo percebido pelo corte de férias dos servidores concursados. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.
Por trás dessa sobrecarga também estaria a proliferação de cargos comissionados, os CCs, embora muitos nomes possivelmente precisem da “lupa” do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, para serem encontrados nos subterrâneos do governo do prefeito Diogo Balieiro.
Boa parte desses CCs supostamente incluem nomes ligados a religiosos, segundo informações passadas ao Folha News e que devem chegar ao MP nos próximos dias.
“Eu tô vendo outra situação aqui, eu acho que ele está bem escondendo esses nomes. No portal da transparência não aparece, mas pelo boletim oficial não tem como esconder… ora ele tá na igreja evangélica, ora ele tá na igreja católica… mulheres de pastores estão na prefeitura… isso é usar da fé das pessoas… a pastora Marilene (nomeada) é a pastora da Carol, que vem candidata a vereadora”, diz um dos denunciantes.
“A Marilene estava de CC na prefeitura, estava no Niam, depois foi pro Transporte. Ela estava de CC1 e foi promovida a CNE. Essa Carolzinha, tá tudo na igreja Catedral, aquele Thiaguinho da feira é outro também, mamando: é o time do pastor Rodrigo com a Marilene, ajudando essa turma aí… a Marilene beijou a mão do Diogo, deixou o Diogo pegar na mão do pessoal da Catedral lá… aí conseguiu CNE… tá uma vergonha, usando o nome de Jesus… o Diogo tá pegando a da Márcia Lima, que é a Universal, a do pastor Davi, na subida ali do Spani, o cara tá indo nessa turma de pastor e dando CC, comprando a turma… o negócio desse cara {Diogo) é pegar esse pessoal de templo religioso”, desabafa outro denunciante.
Outro citado foi o vereador Matheus Oliveira, da Igreja Católica, que teve quase 10 cargos comissionados apontados.
Dívida, empréstimos e “escuridão”
Resende relatou em outubro uma dívida corrente líquida de R$ 311,7 milhões, montante que representa aproximadamente 50% de tudo que a cidade arrecada em um ano. Para piorar, o prefeito Diogo Balieiro ainda conseguiu junto à Câmara, onde o alcaide tem maioria, um empréstimo de mais R$ 25 milhões, que pode inchar o endividamento da cidade para quase R$ 337 milhões, fora os juros.
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A cidade do sul fluminense atualmente é uma das mais violentas do interior e os índices de homicídio assustam a população, que está perdendo principalmente seus jovens para as facções criminosas que tomam conta da cidade. Com a muleta de que “segurança é responsabilidade do governo do estado”, a prefeitura cruzou os braços nos últimos anos e a administração municipal pouco investiu em programas sociais de acolhimento a jovens e adolescentes. O que é apenas um dos diversos problemas da cidade que, agora, se vê as voltas com uma bolha prestes a explodir no colo da população. Enquanto isso, Diogo busca abrigo em cidades vizinhas, como Itatiaia, através do prefeito Irineu Coelho, indicado por Balieiro no pleito suplementar de 2022.
Enquanto tenta um porto seguro antes do que se apresenta como um inevitável desmoronamento das finanças de Resende, Diogo Balieiro trava uma batalha para manter “às escuras” os repasses de verba pública à Santa Casa de Misericórdia, informações que não estão no Portal da Transparência, como deveriam, mas que já chegaram ao conhecimento do Ministério Público a fim de abrir a caixa preta. Isso porque boa parte dos serviços equipamentos da unidade de saúde são alugados e, com a cidade endividada, favorecer um colapso nos serviços nos próximos anos. Esses recursos, que não estão no Portal da Transparência e foram objeto de um requerimento de informação barrado recentemente pelos vereadores da base do prefeito, podem representar um volume de R$ 51,5 milhões gerenciados em três anos pelo atual diretor, Kaio Márcio Paiva, e se antecessor, Luiz Saldanha, indicado por Diogo à secretaria de Saúde de Itatiaia, no final do ano passado. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.