Carente de políticas públicas sociais e abertura de novos postos de trabalho nos últimos anos, boa parcela dos moradores de Resende estão cercados pela violência, perdendo seus jovens para organizações criminosas, não conseguem andar com suas próprias pernas e se tornaram presas fáceis do que parece ser uma política assistencialista implantada pelo governo do prefeito Diogo Balieiro, que em muito favoreceu o empobrecimento da cidade pelo endividamento de mais de R$ 311 milhões da receita corrente líquida, relatados no final do ano passado.
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Nas redes sociais esta semana, um presidente de associação de moradores confessou que não passa de uma “pedinte das migalhas de Balieiro” para conseguir atendimentos de Saúde, que deveriam contemplar de forma igualitária a todos os moradores.
“Eu ligo pra ele e ele me fortalece”, diz o rapaz no que parece retratar ingenuidade e dependência de boa parcela dos moradores da empobrecida cidade do sul fluminense.
Ouça o aúdio a seguir.
Porém, os empobrecidos cidadãos resendenses dos últimos anos pelo desemprego e endividamento da cidade que não estão dentro da “gaiola de Diogo Balieiro” sofrem por causa do favorecimento dos que são forçados a comerem, e se contentarem, com as migalhas do alcaide. Foi o que parece ter acontecido há alguns dias com uma moradora da cidade vizinha de Porto Real, que buscou atendimento no Hospital de Emergência de Resende, onde não havia médico para a retirada de um corpo estranho que havia caído no olho dela. Porém, a mesma afirma ter conseguido atendimento através do contato direto do prefeito, Diogo Balieiro, que é oftalmologista.
“Está ai a prova, não sou moradora de Resende e ainda fui atendida pelo prefeito da cidade”, disse a moradora.
Mas, o que a moradora de Porto Real usou para promover o político nas redes sociais, prática que segundo fontes da cidade do sul fluminense é uma orientação passada por médicos da rede pública nos consultórios para promoção da administração municipal nas redes sociais, também é alvo de questionamentos voltados aos apadrinhamentos políticos na Saúde.
“Essa é a coisa mais absurda que já li nesse grupo. A mais absoluta falta de gestão. Como podem não se indignar com isso? Quer dizer que uma pessoa que não tenha o contato direto com o prefeito fica sofrendo esperando atendimento? Inacreditável”, reagiu uma internauta.
Esse parece ter sido o caso de uma moradora de Resende, que relata não ter conseguido atendimento rápido sem furar fila de outros pacientes através de contato de políticos. Segundo o relato, ela precisou buscar atendimento oftalmológico na rede particular devido à demora na rede pública de Resende.
O privilégio no atendimento de algumas pessoas pela furada de fila através de políticos, como o próprio prefeito, parece não agradar aqueles que defendem igualdade de tratamento, de acordo com outros depoimentos.
Milhões para os parentes
Após a enxurrada de reclamações recorrentes nas redes sociais sobre os descaso do poder público local com as diversas demandas dos moradores, sobretudo da periferia, Diogo Balieiro Diniz, ao que parece, resolveu injetar alguns milhões do orçamento municipal na Região das Barras, que comporta os primeiros bairros da cidade localizados às margens pelo acesso de quem chega pelo sentido Rio-São Paulo. Porém, antes que os moradores da localidade resolvam comemorar possíveis benfeitorias, o investimento milionário anunciado pelo prefeito semana passada deverá favorecer parentes dele, através de uma indenização milionária pela decretação de utilidade pública para construção de uma ponte.
Segundo relatou uma moradora do bairro Fazenda da Barra 3, o prefeito, que costuma responder às mensagens de WhatsApp quando são de interesse dele, ignorou um apelo relacionado às péssimas condições das ruas do bairro, problema que se arrasta por mais de um ano.
Recentemente o alcaide resolveu desapropriar uma área de quase 34 mil metros quadrados de uma propriedade rural pertencente a Luís Carlos Diniz Tenório e Márcio Antônio Diniz Tenório, supostamente da mesma família Diniz à qual o prefeito pertence.
É isso que está previsto no decreto 15.859 de 26 de janeiro, publicado em boletim oficial esta semana. Segundo o documento, “as despesas decorrentes da execução das disposições deste decreto ocorrerão por conta de dotações orçamentárias consignadas no orçamento municipal”, ou seja, do bolso dos contribuintes da cidade do sul fluminense, a mesma fonte que poderia favorecer a pavimentação da Fazenda da Barra 3 e outras demandas reprimidas da periferia da cidade do sul fluminense, enquanto o prefeito engorda o bolso dos parentes dele.
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