Afeito a posar como pai dos pobres nas redes sociais tirando proveito dos “pedintes” que se proliferaram em Resende nos últimos anos, em boa parte pela política assistencialista e quase nenhum desenvolvimento econômico, o prefeito Diogo Balieiro, quem diria, pode estar prestes a se transformar em uma espécie de “fantoche” de um acordão que envolve o ex-prefeito de Resende José Rechuan, o prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho, e, supostamente agentes políticos do próprio ninho de Balieiro, como o deputado estadual Tande Vieira.
Pelo menos essa é a informação que circula nos bastidores políticos das duas cidades do sul fluminense. Uma negociação que estaria a todo vapor para promover o “casamento de Irineu com Kaio Márcio Paiva”, atual diretor da Santa Casa de Resende que se mudou para Itatiaia para concorrer ao Executivo municipal supostamente apoiado por Balieiro, mas que poderá ser vice na chapa de Irineu, com a “benção” de Tande.
Há quem diga que os serviços de Rechuan, o outro da “cupido” da suposta dobradinha entre Irineu e Kaio, teria saído pela bagatela de mais de R$ 1 milhão. Isso porque, e ex-prefeito de Resende estaria ligado ao laboratório de análise clínicas JA LTDA, de Resende, que foi contratado em junho do ano passado, sem licitação, por R$ 519 mil por um período de seis meses e que continua atuando em Itatiaia, supostamente utilizando recursos e funcionários da prefeitura para a realização de coleta de amostras.
Além da suposta contratação irregular, o JA teria quarteirizado seus serviços, já que os materiais coletados para exames seriam enviados para outro laboratório, o Ferreira Passini.
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A contratação da JA estaria relacionada com o “amor de Rechuan” pelo governo de Irineu, em especial o secretário de Saúde Luiz Saldanha, o Luizão, ex-diretor da Santa Casa de Resende que chegou a Itatiaia por indicação de Diogo Balieiro. Isso porque foi a canetada de Luizão que garantiu a contratação do JA, laboratório que tem em seu quadro societário o médico Rafel Chiesse, que seria genro de Rechuan.
Com o contrato milionário sem licitação garantido, ficou mais fácil para os observadores mais atentos compreenderem os elogios de Rechuan à atuação de Luizão na Santa Casa de Resende e na Saúde de Itatiaia.
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No entanto, há quem diga que o possível candidato à prefeitura de Resende apoiado por Diogo Balieiro, o secretário de Saúde Jayme Neto, deve voltar para o ninho de Rechuan caso consiga êxito na corrida eleitoral desse ano. Isso porque, há quem diga, que um familiar muito próximo ao pré-candidato foi o presidente do extinto DEM, partido pelo qual Rechuan venceu a eleição municipal em 2008 e que esse mesmo parente teria ocupado cargos estratégicos na administração do ex-prefeito, inclusive a chefia de gabinete. Por isso, garantem os bem informados, Jayme pode “dormir com Diogo e acordar com Rechuan”.
Pai da intervenção na Santa Casa
Recentemente Rechuan declarou em uma entrevista para um canal no YouTube que desconhece qual a atual condição jurídica da Santa Casa da cidade do sul fluminense, que supostamente estaria sob intervenção municipal, mas sem declarar no Portal da Transparência quanto e quando de recursos públicos entraram nos cofres da unidade de Saúde. Assunto que já chegou ao conhecimento do Ministério Público, já que a Santa Casa possui CNPJ próprio e não estaria sujeita diretamente à Lei Federal de contratações públicas. O que, para os observadores mais atentos, pode servir como um atalho para execução de gastos fora do que prevê a lei.
Mas Rechuan deixou escapar que foi do governo dele a ideia de “municipalizar a Santa Casa”, e não do governo de Balieiro. O que poderia não qualquer problema, caso a instituição de Saúde não estivesse em uma espécie de “breu fiscal”, já que, ao mesmo tempo que é uma instituição filantrópica com gestão própria, utiliza verba pública que, em tese, deveria seguir a lei 8.666/93, de contratos públicos, e a lei complementar 101/00, a Lei de Responsabilidades Fiscal, entre outras, além do crivo dos diversos órgãos fiscalizadores.
R$ 100 milhões às escuras
O Portal da Transparência de Resende continua sem detalhar os repasses de verba pública à Santa Casa de Misericórdia da cidade do sul fluminense, objeto de um requerimento de informações reprovado no final do ano passado supostamente por determinação de Diogo Balieiro aos vereadores de sua base, segundo declarações feitas em plenário por um desses parlamentares, o vereador Roque Cerqueira.
Pelos poucos dados apurados, a quantidade de dinheiro injetado pelo poder público “às escuras” pode ter alcançado R$ 100 milhões nos últimos quatro anos, sendo 2020, 2021 e parte de 2022 sob a gestão do ex-diretor da instituição filantrópica Luiz Saldanha, atualmente secretário de Saúde de Itatiaia, e parte de 2022 e 2023 sob o gerenciamento do sucessor dele e atual diretor, Kaio Márcio Paiva.
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