Oito anos de fantoche? Denúncia ao MP aponta que parte do governo de Resende pode ter influência do ex-prefeito

Uma nova denúncia levada na semana passada ao conhecimento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, sugere que a intervenção da prefeitura de Resende na Santa Casa de Misericórdia da cidade, apesar de ter sido efetivada na gestão do atual prefeito, Diogo Balieiro, pode ter os tentáculos do ex-prefeito da cidade do sul fluminense José Rechuan no gerenciamento da unidade de saúde nos últimos anos.

A suposta atuação de Rechuan nos bastidores da administração da Santa Casa de Resende veio à tona na semana passada, quando ficou evidenciada a proximidade entre o ex-prefeito de Resende e o atual secretário de Saúde de Saúde de Itatiaia e ex-diretor da Santa Casa de Resende Luiz Saldanha, o Luizão, que contratou sem licitação do laboratório de análises clínicas JA por mais de R$ 1,1 milhão. Bagatela que seria a contrapartida da compra do apoio político de Rechuan à tentativa de reeleição do atual prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho, já que a JA pertence ao genro de Rechuan, segundo outra denúncia encaminhada ao MP. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

No que tange à Santa Casa de Resende, a denúncia lembra que o próprio Rechuan, em uma entrevista de rádio, “deixou escapar que Luiz Saldanha foi o executor da proposta dele, Rechuan, de intervenção na Santa Casa de Resende”.

Assista a seguir às declarações de Rechuan.

A denúncia lembrou ainda que Diogo Balieiro foi recentemente alvo de críticas do vereador Thiago Forastieri por indisponibilizar os repasses à Santa Casa no portal da transparência.

Nesse caso, a denúncia se referia a um requerimento apresentado no final do ano passado pelo vereador Thiago Forastieri solicitando informações sobre os repasses de verba pública à Santa Casa nas duas últimas gestões, a de Luizão, e de Kaio Paiva, atual diretor da unidade de saúde, ambos ligados a Diogo e que também podem ter ligações com Rechuan, a partir das últimas informações. Um montante estimado em R$ 100 milhões, cujo requerimento de informações foi reprovado por determinação de Diogo aos vereadores da base dele, segundo declarou em plenário o vereador Roque Cerqueira.

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Fantoche eleitoral?

Afeito a posar como pai dos pobres nas redes sociais tirando proveito dos “pedintes” que se proliferaram em Resende nos últimos anos, em boa parte pela política assistencialista e quase nenhum desenvolvimento econômico, Diogo Balieiro, quem diria, pode estar prestes a se transformar em uma espécie de “fantoche” de um acordão que envolve Rechuan, Irineu e supostamente agentes políticos do próprio ninho de Balieiro, como o deputado estadual Tande Vieira.

Pelo menos essa é a informação que circula nos bastidores políticos das duas cidades do sul fluminense. Uma negociação que estaria a todo vapor para promover o “casamento de Irineu com Kaio Márcio Paiva”, que se mudou para Itatiaia para concorrer ao Executivo municipal supostamente apoiado por Balieiro, mas que poderá ser vice na chapa de Irineu, com a “benção” de Tande.

No entanto, há quem diga que o possível candidato à prefeitura de Resende apoiado por Diogo Balieiro, o secretário de Saúde Jayme Neto, deve voltar para o ninho de Rechuan caso consiga êxito na corrida eleitoral desse ano. Isso porque, há quem diga, que um familiar muito próximo ao pré-candidato foi o presidente do extinto DEM, partido pelo qual Rechuan venceu a eleição municipal em 2008 e que esse mesmo parente teria ocupado cargos estratégicos na administração do ex-prefeito, inclusive a chefia de gabinete. Por isso, garantem os bem informados, Jayme pode “dormir com Diogo e acordar com Rechuan”.

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