Desenvolvimentista Noel de Carvalho pode ajudar Renan Marassi a escapar da arapuca de Rechuan em Resende

Embora conte com certo carisma popular para a corrida eleitoral deste ano em Resende, o jovem vereador Renan Marassi quem já estaria mandando e desmandando antes mesmo da largada. Isso porque, dizem por lá, quem estariam mandando e desmandando nas articulações e pré-campanha de Renan é o ex-prefeito José Rechuan, que só não pode ser ele o candidato pela enxurrada de processos no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o TJRJ.

Rechuan, que sitiou a administração de Resende de contratos milionários e que teria entregado a prefeitura em janeiro de 2017 com cerca de R$ 60 milhões em notas de empenho canceladas no apagar das luzes do mandato dele, endividamento aumentado para R$ 311 milhões pelo sucessor dele, o atual prefeito Diogo Balieiro, estaria “na garganta” de Marassi querendo empurrar goela abaixo do rapaz o nome do vice para a compor a principal chapa majoritária a peitar o nome escolhido por Balieiro, possivelmente o secretário de Saúde Jayme Neto.

Porém, a tirania e a “boca de Rechuan” já estariam causando desconfiança e até temor nos mais próximos a Marassi. Há quem diga que o vereador, caso eleito, pode, inclusive, nem terminar o mandato por causa da artilharia de Rechuan, que estaria com dificuldades para convencer a própria esposa, a médica Ana Paula Rechuan, de compor a chapa com Marassi e que já teria escalado um possível substituto dela para vice, o atual secretário de saúde de Itatiaia, Luiz Saldanha, o Luizão, considerado um “parceiro de longa data” de Rechuan.

Quem conhece do riscado garante que Renan teria poucas chances de sobrevivência política caso não se liberte da teia de Rechuan e companhia. O que pode favorecer o veterano Noel de Carvalho, ex-prefeito, ex-deputado estadual e ex-deputado federal constituinte. Nesse caso, o “velho” pode ajudar “o novo”, segundo os observadores mais atentos. Isso porque, além de escapar do grupo pesado de Rechuan, Renan teria a seu favor a experiência desenvolvimentista de Noel de Carvalho, que impulsionou a infraestrutura e a chegada de diversas empresas em Resende nas décadas de 1980 e 1990.

A dupla Renan e Noel já foi experiementada no pleito de 2022, em candidaturas de deputado federal e estadual, respectivamente. Apesar de não conseguirem votos suficientes para se elegerem, os cerca de 40 mil votos somados dos dois foi animador e pode servir como um incentivo extra para 2024.

Itatiaia arrombada

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, recebeu recentemente nova denúncia da suposta tentativa de burlar a lei federal de contratações em Itatiaia através da possível terceirização de uma empresa ou fundação para disponibilizão de médicos de forma eleitoreira, para promoção do prefeito Irineu Coelho, com ajuda o secretário de Saúde, Luiz Saldanha, o Luizão.

Além dessa terceirização, de cerca de R$ 17,6 milhões, o prefeito Irineu Coelho mandou para Câmara recentemente outros quatro projetos totalizando quase R$ 50 milhões em mais suplentação. O que também é visto como um “suplemento alimentar” a Renan Marassi, mas também uma arapuca de Rechuan através de Luizão, já que a dupla estaria mandando e desmandando no governo de Irineu.

Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

Outro tentáculo de Rechuan no governo de Irineu

Nos bastidores da política local, o que se comenta é que Irineu tem como uma espécie de “oráculo” para as tomadas de decisão ninguém menos que Kiko Besouchet, ex-vereador de Resende que foi afastado do cargo em 2015 no âmbito da Operação Betrug, que desarticulou uma quadrilha que fraudava licitações na Câmara Municipal, responsável pelo desvio de quase R$ 1 milhão na época. O que teria se desdobrado em um processo criminal que até recentemente se arrastava no Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro, o TJRJ. Kiko, por sua vez, é um dos principais nomes do grupo de Rechuan.

Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

Oito anos de fantoche

Ironicamente, Luizão foi indicado por Diogo Balieiro a Irineu para assumir a secretaria de saúde, quando o atual secretário de saúde ocupava o quadro de diretor da Santa Casa. Porém, uma nova denúncia levada recentemente ao conhecimento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, sugere que a intervenção da prefeitura de Resende na Santa Casa de Misericórdia da cidade, apesar de ter sido efetivada na gestão de Diogo Balieiro, pode ter os tentáculos de Rechuan no gerenciamento da unidade de saúde nos últimos anos.

A suposta atuação de Rechuan nos bastidores da administração da Santa Casa de Resende veio à tona há algumas semanas, quando ficou evidenciada a proximidade entre o ex-prefeito de Resende e Luizão, que contratou sem licitação do laboratório de análises clínicas JA por mais de R$ 1,1 milhão. Bagatela que seria a contrapartida da compra do apoio político de Rechuan à tentativa de reeleição de Irineu, já que a JA pertence ao genro de Rechuan, segundo outra denúncia encaminhada ao MP. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

No que tange à Santa Casa de Resende, a denúncia lembra que o próprio Rechuan, em uma entrevista de rádio, “deixou escapar que Luiz Saldanha foi o executor da proposta dele, Rechuan, de intervenção na Santa Casa de Resende”.

Assista a seguir às declarações de Rechuan.

R$ 100 milhões às escuras

A denúncia lembrou ainda que Diogo Balieiro foi recentemente alvo de críticas do vereador Thiago Forastieri por indisponibilisar os repasses à Santa Casa no portal da transparência.

Nesse caso, a denúncia se referia a um requerimento apresentado no final do ano passado pelo vereador Thiago Forastieri solicitando informações sobre os repasses de verba pública à Santa Casa nas duas últimas gestões, a de Luizão, e de Kaio Paiva, atual diretor da unidade de saúde, ambos ligados a Diogo e que também podem ter ligações com Rechuan, a partir das últimas informações. Um montante estimado em R$ 100 milhões, cujo requerimento de informações foi reprovado por determinação de Diogo aos vereadores da base dele, segundo declarou em plenário o vereador Roque Cerqueira.

Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

Retrocesso e desemprego podem favorecer Noel de Carvalho

O nome de Noel de Carvalho volta a ganhar força por causa do contexto atual de decadência econômica, alta do desemprego e proliferação dos bolsões de pobreza na cidade do sul fluminense, setores segundo um gráfico disponibilizado pelo Sebrae RJ a partir de dados do Ministério do Trabalho que aponta estagnação em todos os setores.

De acordo com o documento, o setor de serviços sofreu queda, que foi compensada com ligeiro avanço da indústria enquanto o comércio permaneceu praticamente parado.

Afeito a usar as redes sociais para se promover tirando proveito do estado de empobrecimento da população de Resende nos últimos anos, em boa parte por causa de uma política que favoreceu o desemprego, aumento dos bolsões de pobreza e proliferação da violência nos últimos anos, Diogo Balieiro estaria “provando do próprio veneno”.

Para se ter uma ideia da estagnação econômica de Resende nos últimos anos, dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que a cidade do sul fluminense possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.

A cidade do sul fluminense possui uma posição tímida no comparativo com os outros 91 municípios do estado do Rio de Janeiro, já que Resende é apenas a 25ª colocada em empregabilidade, a terceira entre os quatro municípios da região das Agulhas Negras, e a 233ª do Brasil.

A partir de dados do IBGE, o portal Caravela identificou que Resende é uma cidade que pode ser considerada estagnada quando o assunto é a geração de novos empregos. Em 2023, o número de contratações e de demissões foram quase os mesmos, 13,9 mil admissões de 13,5 mil demissões, saldo de apenas 455 novos postos de trabalho durante todo o ano. O que coloca Resende entre as piores cidades no ranking estadual e nacional.

Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.