Réu em 170 processos e suposto articulador de caixa 2 de R$ 65 milhões, Rechuan afunda Irineu em Itatiaia e ameaça Renan Marassi em Resende

Uma rápida busca do portal JusBrasil com o nome José Rechuan Júnior retorna 170 processos em que o ex-prefeito de Resende é citado, em ações em tribunais das esferas estadual e federal. Em geral, os processos versam sobre crimes contra o patrimônio, extorsão indireta, dano ao erário, improbidade administrativa, entre outros.

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Com essa enxurrada de processos, é fácil imaginar que o político pode enfrentar problemas de registro de candidatura caso resolva tentar a sorte na eleição desse ano e mais fácil ainda compreender porque Rechuan anda jogando pesado nos bastidores para conquistar o poder.

Em Itatiaia, por exemplo, o ex-prefeito de Resende é apontado como o nome por trás da maior parte de pedidos de verba suplementar solicitados pelo prefeito Irineu Coelho, cujo objetivo seria promover uma avalanche de serviços de atendimento de saúde para tentar cacifar o governo de Irineu, já apontado como o pior da história do município do sul fluminense.

Porém, uma denúncia em curso no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, dá conta de que esses R$ 65 milhões poderiam também irrigar um esquema de caixa 2 liderado por Rechuan, que também tenta indicar um vice na chapa do vereador de Resende Renan Marassi na eleição de prefeito de Resende deste ano.

Segundo uma denúncia formulada recentemente ao MP, de um total de quase R$ 50 milhões distribuídos em quatro projetos de pedido de verba suplementar de Irineu, um deles, de R$ 34,5 milhões, teria as digitais de Rechuan através de uma pessoa jurídica (PJ) terceirizada em aluguel de equipamentos e terceirização de serviços de saúde.

“Essa PJ é um esquemão de captação de dinheiro de campanha por caixa 2, para irrigar a campanha de Irineu, liderado pelo ex-prefeito de Resende Rechuan junto com Luiz Saldanha, porque eles ainda estão envolvidos na eleição de Resende na tentativa de indicarem um nome de vice para o pré-candidato a prefeito Renan Marassi, podendo ser esse vice o próprio Luiz Saldanha ou outro nome indicado por Rechuan, que está inelegível e possui mais de 170 processos na Justiça”, diz a denúncia ao MP.

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Além desses quase 50 milhões, a Câmara acabou aprovando R$ 15 milhões para Irineu contratar uma empresa de terceirização de médicos. Mas, nesse caso, o MP barrou a tentativa de terceirização clandestina milionária atribuída a Irineu, Rechuan e o secretário de saúde Luiz Saldanha, o Luizão. Sobre essa questão, a Promoção Ministerial alegou justamente a necessidade de se respeitar o teto de 54% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) com gastos de pessoal. O que quer dizer que o MP já percebeu a tentativa do trio em burlar a lei ao promover um arrombamento nos cofres públicos para cacifar o combalido governo de Irineu.

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Essa semana, Irineu ingressou com mais um pedido de suplementação, de R$ 2,1 milhões, feito depois de uma “greve branca” de médicos não concursados que recebem através da emissão de recibo de profissional autônomo (RPA). Nesse caso, a Câmara aprovou um requerimento de pedido de informação sobre o que Irineu fez com os R$ 105 milhões aprovados para a saúde na Lei Orçamentária Anual, a LOA.

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Noel fortalecido

O balde de água fria do MP em Irineu e Luizão também enfraquece o grupo de Rechuan, que teria sitiado Itatiaia e que tenta emplacar o nome de um vice para o vereador Renan Marassi, apontado como o principal nome da oposição em Resende para a corrida eleitoral desse ano. O que pode favorecer o nome do veterano Noel de Carvalho, considerado um político desenvolvimentista. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

Noel mais fortalecido

Para piorar, Renan Marassi, que teria virado as costas para Noel por causa do “namoro cmo Rechuan e companhia” pode perder uma eventual composição com Noel de Carvalho, que anunciou sua pré-candidatura já que o cenário de caos econômico de Resende pode favorecer o político, que possui um perfil desenvolvimentista.

Resende atingiu um endividamento R$ 311 milhões no final do ano passado, quase 50% da receita corrente líquida. A cidade do sul fluminense, que um dia já capitaneou o crescimento socioeconômico com a chegada de empresas e infraestrutura, hoje é uma cidade de desempregados, com a proliferação de bolsões de pobreza e uma população refém de uma política de migalhas que colocou fez boa parte da população refém do assistencialismo voltado à promoção do prefeito Diogo Balieiro.

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