Empresa suspeita em licitação fraudulenta em Resende vence licitação sem concorrência em Itatiaia

Com um envelope na mão e sem concorrência, o empresário Markus Vinicius Simão, dono da empresa MVS Produções, garantiu sem muita dificuldade a “vitória” no pregão presencial 01/2024 e deve engordar ainda mais as contas da empresa dele com todo o faturamento bruto pela comercialização da Expo Itatiaia 2024, festa comemorativa aos 35 anos de emancipação político-administrativa da cidade do sul fluminense, que acontece entre os dias 30 de maio e 2 de junho.

A favor de Simão pode ter remado a modalidade escolhida pelo governo do prefeito Irineu Coelho para a concorrência, já que o pregão presencial 01/2024, como o próprio nome diz, precisou da presença física de um representante da empresa, Simão. Essa modalidade, a depender do rol de pré-requisitos exigidos pelo edital, pode significar, pode desestimular e até inibir a concorrência entre as empresas pelos sinais de direcionamento para a vitória de uma determinada empresa, já familiarizada com um determinado serviço e munida dos recursos e documentos exigidos no edital, o que não quer dizer que a MVS tenha sido favorecida.

Porém, pelo que se pode ver no vídeo referente ao certame, Simão aparece em companhia de mais uma pessoa durante quase 50 minutos, sem que qualquer eventual concorrente aparecesse para tentar destronar o empresário. Pelo vídeo, um segundo homem aparece em companhia do dono da MVS, embora não tenha sido um segundo concorrente.

Assista o vídeo na íntegra.

Pelo que se pode concluir a partir do contrato 83/2024, a MVS vai fazer “barba, cabelo e bigode” ao preço de R$ 27.500.

Segundo o que consta no contrato, a empresa fará o gradeamento do espaço, sonorização, entre outras estruturas já acostumadas a serem instaladas pela MVS. Depois é só comercializar e embolsar o faturamento bruto. O que inclui toda a receita de estacionamento, toda receita da venda de camarotes, toda a receita da venda de camarotes e estandes, entre outras modalidades.

Para conferir o contrato na íntegra, clique nesse link.

Recentemente os péssimos serviços de Simão, como o dono da MVS é popularmente conhecido, puderam ser percebidos na Festa do Pinhão, no distrito resendense de Visconde de Mauá com um caloroso coro de.”Simão, vai tomar no c***”. Demonstração de afeto que aconteceu depois que o moço cortou o som em retaliação a uma banda que teria atrasado para chegar ao palco, interrupção supostamente a mando de Balieiro. Embora alguns relatos inocentem a banda sobre a responsabilidade pela demora da apresentação, atribuída a a uma terceira pessoa e não ao conjunto. Já o músico Maruan Badu, que se identificou como membro da banda, disse que chegou ao local adiantado, 0h15, e que os músicos só foram chamados 1h30, meia-hora antes de o som ser interrompido.

Assista o vídeo.

Suspeita de fraude em Resende

Em Resende, a gestão do prefeito Diogo Balieiro, aliado de Irineu, supostamente fraudou uma licitação em dezembro de 2022 para favorecer a vitória da MVS.

Isso é o que consta em uma denúncia encaminhada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, com base numa ata referente ao Processo Administrativo Processo 33.354/2022 para contratação de estrutura, produção e comercialização do evento comemorativo ao Dia Nacional da Cultura. Isso porque a empresa “concorrente da MVS”, a “Pamela Tourinho Brito Duarte”, com sede em Salvador (BA), cobrou a bagatela de R$ 5.000.000,00. Valor possivelmente apresentado para favorecer a MVS, que apresentou valores simbólicos entre R$ 4,4 mil R$ 8,8 mil, já que a empresa lucra na comercialização.

A denúncia diz ainda que a Pamela Tourinho Brito Duarte, criada em agosto de 2021 com quase 100 ramos de atividade que nada têm a ver um com outro, pode ser um empresa de fachada criada com propósito de participar de licitações fraudulentas para favorecer outras empresas, como a MVS.

“Pelo que se vê, essa empresa foi criada um ano antes em Salvador (BA) e apresenta fortes sinais de ser uma espécie de fachada, nesse caso para favorecer a M.V.S, que apesar do valor bem inferior para a realização de referido evento, é detentora de vultuosos recebimentos anuis da prefeitura e da Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda, além de imperar sozinha há vários anos como realizadora da Exapicor, a principal festa da cidade, que foi praticamente privatizada para a M.V.S., que também é a empresa por trás do Carnaval de 2024 de Resende. Dessa forma, peço respeitosamente a atuação do MP para a concorrência citada, porque a mesma pode ser a ponta de um iceberg de corrupção e fraude em licitações”, defende a denúncia.

Enquanto o MP investiga, a MVS continua “fazendo a festa” em Resende e Itatiaia. Um exemplo foi o Carnaval de Resende de 2024, que onde a MVS andou jogando confete e serpentina.

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