Investidas policiais sobre usuários de drogas e moradores em situação de rua em Resende se tornaram frequentes nos últimos anos.
Os bairros da região central da cidade do sul fluminense se encontram tomados por essas pessoas. Problema que também é percebido na frente de estabelecimentos comerciais e sinais de trânsito , onde essas pessoas pedem dinheiro ou tentam vender pequenas mercadorias, como doces e chocolates.
Em boa medida, a empobrecimento de Resende, que no passado era uma espécie de locomotiva do desenvolvimento do sul fluminense, deve-se ao fato de o atual prefeito, Diogo Balieiro, ter promovido uma governo assistencialista, voltado à reformas consideradas de maquiagem de prédios públicos e a concessão de pequenos favores à população, que se tornou cada vez mais dependentes das migalhas do político. Um ciclo vicioso que favoreceu o populismo do político, mas que atingiu em cheio o crescimento humano e profissional dos moradores da cidade do sul fluminense.
Resende estagnada
Resende está estagnada na geração de empregos em praticamente todos os setores segundo um gráfico disponibilizado pelo Sebrae RJ a partir de dados do Ministério do Trabalho.
De acordo com o documento, o setor de serviços sofreu queda, que foi compensada com ligeiro avanço da indústria enquanto o comércio permaneceu praticamente parado.
O marasmo da economia da cidade do sul fluminense também encontra lastro na política adotada pela administração de Diogo Balieiro, que optou por um modelo assistencialista centrado na promoção pessoal do político através da concessão de pequenos favores, que desfavoreceram o desenvolvimento humano e profissional dos moradores, reféns das migalhas do prefeito. Essa dependência coincidiu com empobrecimento da população nos últimos anos e a abertura de diversos bolsões de pobreza, que podem atrapalhar Balieiro em emplacar o secretário de Saúde Jayme Neto na corrida eleitoral desse ano.
Por outro lado, além do desemprego e da escalada da violência, Diogo também terá poucos argumentos para atrair os serviços concursados, que aguardavam 10% de aumento salarial retroativos a janeiro. Desarranjo econômico e financeiro que também deixa sem pouso o diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Paiva, que se mudou recentemente para Itatiaia supostamente para disputar a eleição desse ano, já que Balieiro estaria de olho na arrecadação da cidade vizinha. O que acontece depois de o alcaide ter afundado Resende em uma dívida de R$ 311 milhões.
Migalhas já não convencem
Afeito a usar as redes sociais para se promover tirando proveito do estado de empobrecimento da população de Resende nos últimos anos, em boa parte por causa de uma política que favoreceu o desemprego, aumento dos bolsões de pobreza e proliferação da violência nos últimos anos, Diogo Balieiro estaria “provando do próprio veneno”.
Para se ter uma ideia da estagnação econômica de Resende nos últimos anos, dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que a cidade do sul fluminense possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.
A cidade do sul fluminense possui uma posição tímida no comparativo com os outros 91 municípios do estado do Rio de Janeiro, já que Resende é apenas a 25ª colocada em empregabilidade, a terceira entre os quatro municípios da região das Agulhas Negras, e a 233ª do Brasil.
A partir de dados do IBGE, o portal Caravela identificou que Resende é uma cidade que pode ser considerada estagnada quando o assunto é a geração de novos empregos. Em 2023, o número de contratações e de demissões foram quase os mesmos, 13,9 mil admissões de 13,5 mil demissões, saldo de apenas 455 novos postos de trabalho durante todo o ano. O que coloca Resende entre as piores cidades no ranking estadual e nacional.
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Disk prefeito
Em maio, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, tomou conhecimento de um suposto esquema no Hospital Municipal de Emergência de Resende para promoção pessoal do prefeito Diogo Balieiro.
Segundo a denunciante, ela percebeu a farsa na semana passada, quando chegou à unidade de saúde com o avô dela, que estaria passando mal e que possivelmente precisasse ser transferido para a Santa Casa.
A denunciante revela que percebeu certa indiferença no tratamento dispensado a ela e ao avô assim que chegaram ao hospital e que foi aconselhada a procurar uma funcionária de nome Natália, que seria cargo comissionado de Balieiro.
Ela relata que Natália ligou para o prefeito e passou o celular para ela conversar com o político, que teria comunicado a transferência do idoso para a Santa Casa a fim de realizar exames.
Nas palavras dela ao MP, “ficou claro que ela foi envolvida num grande teatro para promoção do prefeito, com a participação dissimulada de servidores públicos”.
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De olho nos 370 milhões de Itatiaia
Ao que tudo indica, Diogo Balieiro continua o modelo de distribuição de migalhas à população empobrecida, que se tornou dependente de um esquema criado pelo governante nos últimos anos para se promover politicamente em cima do sofrimento das pessoas, enquanto afundava o município em uma dívida de R$ 311 milhões. Porém, embora Balieiro tente emplacar o pouco expressivo Jayme Netto na eleição de Resende, a principal aposta do governante está na cidade vizinha de Itatiaia, onde o prefeito tenta emplacar o diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Márcio Paiva, de olho na arrecadação de Itatiaia, estimada em quase R$ 370 milhões este ano.
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Olho grande em Porto Real
Depois de afundar Resende em uma dívida de mais de R$ 311 milhões, em boa parte pela terceirização de serviços e aluguel de equipamentos de Saúde, além de obras de maquiagem em prédios públicos a valores suspeitos, Diogo Balieiro, ao que tudo indica está determinado em “tomar de assalto” o milharal de seus vizinhos.
A bola da vez do insaciável Balieiro seria Porto Real, onde o político estaria se articulando com políticos queimados na cidade na tentativa de assumir o controle administrativo do município e, com isso, ampliar um suposto esquema de terceirização clandestina em curso desde 2017 na Santa Casa de Resende, por onde já passou cerca de R$ 100 milhões de recursos públicos sem detalhamento no Portal da Transparência. Isso porque a unidade de saúde possui personalidade jurídica própria, mas se encontra sob intervenção desde o início da gestão de Balieiro, ou seja, livre das leis federais de contratação públicas na hora de gastar o dinheiro do erário.
Em Porto Real, o inexpressivo Valcir teria se juntado ao atual vice-prefeito Rafael de Carvalho Lima, o Rafa, supostamente com uma dívida de quase R$ 1 milhão com o município.
Balieiro estaria se chegando de outros nomes decadentes da política de Porto Real, como o ex-vice-prefeito José Roberto Pereira, que chegou a assumir o controle administrativo da cidade na reta final da gestão da ex-prefeita Maria Aparecida Rocha, a Cida, que, ao lado de Zé Roberto, formaram o que é considerado na cidade como o governo mais desastroso da história de Porto Real.
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