Após posarem como promotores do asfaltamento da RJ 161, estrada que liga Resende a São José do Barreiro, o prefeito de Resende, Diogo Balieiro, e o deputado estadual Tande Vieira passaram se queimaram esta semana com a interrupção da obra por falta de licença, crime ambiental e outras irregularidades.
Segundo uma reportagem do RJ, a pavimentação e duplicação do trecho de 18 quilômetros que liga Resende a São José do Barreiro, além do valor suspeito, mais de R$ 82 milhões, não tem licença ambiental, invadiu várias propriedades particulares sem desapropriação e derrubou várias árvores, algumas centenárias.
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Ao que tudo indica, a política populista de Diogo Balieiro, muitas vezes tentando se aproveitar da fragilidade das pessoas e realizações de terceiros para se promover, caminho seguido por Tande, já não agrada a população de Resende. Isso porque as pessoas percebem a cada dia o teatro dissimulado da dupla.
Obras de fachada já não convencem
Afeito a usar as redes sociais para se promover com obras de fachada, que em nada revelam a realidade de estagnação econômica, endividamento de R$ 311 milhões por causa de diversos empréstimos bancários, desemprego e proliferação dos bolsões de pobreza e violência em Resende, Diogo Balieiro se aproveitou do Dia do Orgulho Autista esta semana para tentar se promover ao utilizar a reforma de um prédio público. De quebra, o político ainda tentou cacifar o ex-diretor da Santa Casa, Kaio Márcio, um pau mandado do Balieiro enviado para Itatiaia para a disputa eleitoral desse ano.
A dupla, além de esconder dados oficias do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCERJ), usou a Corte de Contas para atacar os últimos governos de Itatiaia, que segundo eles não investiram na Educação Especial. A publicação provocou reação do ex-prefeito de Itatiaia Eduardo Guedes, que concluiu em 2020 a construção do Centro de Educação Especial Nalbert William Ribeiro, para o atendimento de 243 alunos com necessidades especiais da rede pública de ensino. O espaço não foi aberto pelo atual prefeito, Irineu Coelho, que está em fase de negociação com Kaio para uma possível dobradinha na eleição desse ano, tendo Kaio como vice.
O mesmo TCERJ usado por Diogo e Kaio para ataque velado a Dudu emitiu pareceres informando que a gestão de Balieiro chegou a investir 0% (zero por cento) do que deveria em Educação Especial nos últimos anos. O que não necessitaria de “massa corrida e tinta” das obras de fachada usadas pelo político para se promover, caso ele realmente tivesse preocupado com a Educação Especial.
Os dados obtidos pelo Folha News revelam que Resende investiu apenas 3,5% em Educação Especial em 2018, três vezes menos que o mínimo previsto em Lei.
No ano seguinte, 2019, Balieiro, que agora tenta tirar proveito dos alunos com transtorno do espectro autista para se promover com obra de fachada e ainda usar o prédio para cacifar o “xodó” dele, Kaio, investiu 0% em Educação Especial segundo o TCERJ.
Dudu reage
Também sem mencionar nome, Dudu rechaçou o que chamou de fake news do Kaio e Diogo, que estaria de olho na arrecadação estimada de R$ 370 milhões de Itatiaia depois de ter afundado Resende em dívida. O ex-prefeito de Itatiaia gravou um vídeo em frente ao Centro de Educação Especial Nalbert William Ribeiro, na Vila Odete. Espaço construído pelo governo de Dudu com ajuda de uma emenda do senador Romário Faria.
Em dezembro do ano passado, o governo de Irineu, que já vinha protelando a inauguração da escola, decidiu usar o local como Policlínica para reforma da unidade de saúde do Centro, concluída recentemente. Para relembrar esse assunto, clique nesse link.
Prêmio de empresa investigada pelo MP
Possivelmente tentado se promover politicamente antes da largada para a corrida eleitoral deste ano Diogo Balieiro e Irineu Coelho, a exemplo de diversos outros políticos do Rio de Janeiro e de outros estados brasileiros, usaram as redes sociais para ostentar o recebimento do prêmio Cidades Excelentes, concedido pelo Intituto Aquila, uma empresa de consultoria, em parceria com a Band.
Enquanto Irineu ostentou o prêmio por desenvolvimento socieconômico, Diogo fez pirotecnia com o prêmio em Educação, embora o próprio Instituto Aquila admita que usa “ferramentas próprias” para avalia as cidades. Caso não fosse esse o caso, provavelmente Balieiro e Irineu não tivessem motivos para comemorar.
Farra dos prêmios à parte, o Instituto Aquila é marcado por processos e investigações que envolvem contratos com prefeituras, câmaras e outros órgãos Brasil afora. Isso foi o que motivou um artigo publicado em 2017 pelo jornalista Orlando Costa a respeito de “problemas com a empresa”, que naquela ocasião havia fechado um contrato de gestão de R$ 1,8 milhão com a prefeitura de Olímpia (SP).
“O Instituto Aquila-Consultoria Internacional, com sede no Brasil em Belo Horizonte, parece repetir um ritual em todas as frentes que atua, sejam pequenos municípios, sejam médios ou grandes, inclusive com preços parecidos”, escreveu Orlando Costa.
O jornalista citou outros casos envolvendo o instituto Aquila. Um deles sobre um contrato de R$ 1,176 milhão com a prefeitura de Brusque (SC) sem licitação para instalação de um novo software de gestão pública, denunciado ao Ministério Público, e outro de R$ 2 milhões em Palmas (TO), que também acabou em investigação pelo MP.
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Em 2022 o Aquila também foi alvo de uma denúncia ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, TCEMG, alvo de uma CPI em Divinópolis envolvendo suposta compra superfaturada de itens para a secretaria de Educação da prefeitura da cidade mineira.
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A ação do MP e do TCERJ acabou travando um rombo que poderia chegar a R$ 35 milhões aos cofres de Divinópolis por um contrato cuja finalidade até hoje é desconhecida, mas que chegou a render um faturamento de quase R$ 1 milhão ao Instituto.
Para ler a reportagem do site G37 sobre esse assunto, clique nesse link.
Uma pesquisa rápida pelo site de processos judiciais Jusbrasil também da uma ideia das dezenas de processos que envolvem o Aquila em contratos públicos.
Comemorar o que prefeito?
A tentativa de truque de marketing de Balieiro e Irineu com o prêmio do Aquila revoltou Resende e Itatiaia. No caso de Resende, a Educação está mal pelos dados oficiais Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, que não foi considerado pelo Aquila. Porque o Instituto escolhe os vencedores a partir de uma ferramenta própria, chamada de IGMA, e não os dados oficiais.
Pelo Ideb, a Educação no Estado do Rio de Janeiro é a pior da Região Sudeste, de acordo com uma reportagem do G1 a partir dos dados oficiais.
A média do estado do Rio ficou em 5,3 em 2022, mas Resende, embora tenha ficado acima da média estadual nos primeiros anos (5,8), caiu e muito nos anos finais (4,7) pelos dados oficiais.
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