Prefeito de Resende usa violência para promover pré-candidato enquanto deixa jovens a mercê do tráfico e asseclas comemoram pintura de capela

Possivelmente tentando cacifar politicamente o deputado estadual Tande Vieira, pré-candidato a prefeito de Resende, o atual gestor da cidade do sul fluminense, Diogo Balieiro, voltou a fazer estardalhaço na mídia local. Desta vez com a implantação de uma base da Polícia Militar no bairro Campos Elíseos, que é competência do governo do estado, mas que o alcaide tentou tirar vantagem da iniciativa eleitoreira.

Porém, o mesmo prefeito que agora tenta tirar proveito político, para ele é Tande, da iniciativa do governo do estado, nada fez durante quatro anos à frente do Executivo local para promover a inclusão social, capacitação profissional e outras políticas públicas voltadas aos jovens, que durante esses anos ficaram a mercê do tráfico.

Pintura de capela mortuária

Enquanto muitas famílias somam a triste estatística de perderem seus jovens, cargos comissionados e outras pessoas ligadas a Diogo e Tande inundaram as redes sociais nos últimos dias para comemorarem a pintura da capela mortuária da cidade, que já havia passado por uma reforma recente e que talvez nem precisasse de novo gasto de dinheiro público.

Homicídios aumentam 58,8%

Sem emprego, sem políticas de desenvolvimento, capacitação profissional, inclusão social e outras iniciativas do governo municipal, a gestão do prefeito Diogo Balieiro cruzou os braços nos últimos, sobretudo para com os jovens ,que ficaram a mercê do tráfico.

Dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP) apontaram que entre janeiro de 2022 e maio de 2023 o índice de letalidade violenta em Resende aumentou 58,8%. Esse percentual ajuda a explicar por que o município do sul fluminense foi um destaque negativo no Anuário Brasileiro de Segurança Publica 2023, levantamento que apontou que o município tem a maior taxa de mortes violentas intencionais da região: 39,8 por 100 mil habitantes enquanto a média nacional é de 22,3 por grupo de 100 mil.

INB ameaça demitir

A INB (Indústrias Nucleares do Brasil), sediada no distrito de Resende de Engenheiro Passos, estuda demitir 25% dos trabalhadores terceirizados da empresa estatal, segundo uma circular revelada na semana passada pelo vereador Reginaldo de Engenheiro Passos.

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Caso se confirmem, as demissões podem agravar ainda mais o quadro de estagnação econômica da cidade do sul fluminense, que não investiu em sua infraestrutura, não promoveu do desenvolvimento humano e profissional das pessoas, não desenvolveu programas de inclusão social e que oculpa as últimas colocações na região Sudeste no índice da educação básica, o Ideb.

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Resende pobre e violenta

A proliferação de bolsões de pobreza e violência em Resende coincidem com o crescimento do desemprego e a falta de investimentos do município em infraestrutura, capacidade e atração de novas empresas. Os bairros da região central da cidade do sul fluminense se encontram tomados por usuários de droga e moradores em situação de rua. Problema que também é percebido na frente de estabelecimentos comerciais e sinais de trânsito , onde essas pessoas pedem dinheiro ou tentam vender pequenas mercadorias, como doces e chocolates.

Desemprego

Resende está estagnada na geração de empregos em praticamente todos os setores segundo um gráfico disponibilizado pelo Sebrae RJ a partir de dados do Ministério do Trabalho.

De acordo com o documento, o setor de serviços sofreu queda, que foi compensada com ligeiro avanço da indústria enquanto o comércio permaneceu praticamente parado.

Para se ter uma ideia da estagnação econômica de Resende nos últimos anos, dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que a cidade do sul fluminense possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.

A cidade do sul fluminense possui uma posição tímida no comparativo com os outros 91 municípios do estado do Rio de Janeiro, já que Resende é apenas a 25ª colocada em empregabilidade, a terceira entre os quatro municípios da região das Agulhas Negras, e a 233ª do Brasil.

A partir de dados do IBGE, o portal Caravela identificou que Resende é uma cidade que pode ser considerada estagnada quando o assunto é a geração de novos empregos. Em 2023, o número de contratações e de demissões foram quase os mesmos, 13,9 mil admissões de 13,5 mil demissões, saldo de apenas 455 novos postos de trabalho durante todo o ano. O que coloca Resende entre as piores cidades no ranking estadual e nacional.

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De olho nos 370 milhões de Itatiaia

Ao que tudo indica, Diogo Balieiro continua o modelo de distribuição de migalhas à população empobrecida, que se tornou dependente de um esquema criado pelo governante nos últimos anos para se promover politicamente em cima do sofrimento das pessoas, enquanto afundava o município em uma dívida de R$ 311 milhões. Porém, embora Balieiro tentasse, até então, emplacar o pouco expressivo Jayme Netto na eleição de Resende, a principal aposta do governante está na cidade vizinha de Itatiaia, onde o prefeito tenta emplacar o diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Márcio Paiva, de olho na arrecadação de Itatiaia, estimada em quase R$ 370 milhões este ano.

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