O governo do prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho, homologou recentemente seis lotes do pregão presencial 012/2024, que prevê a contratação de empresa especializada em locação de infraestrutura de eventos, através da possível contratação em até R$ 1,1 milhão da empresa MVS Produções, pertencente ao empresário Markus Vinicius, que é ligado ao prefeito de Resende, Diogo Balieiro.
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Recentemente, a MVS garantiu sem muita dificuldade a “vitória” no pregão presencial 01/2024 e faturou toda a comercialização da Expo Itatiaia 2024, festa comemorativa aos 35 anos de emancipação político-administrativa da cidade do sul fluminense, que aconteceu entre os dias 30 de maio e 2 de junho.
Segundo denúncias feitas ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, o governo de Irineu fechou diversos contratos com empresas de evento, necessários à realização da Expo Itatiaia 2024, mas que favoreceram a comercialização de camarotes, estacionamento, estandes e outros produtos pela empresa de Simão. Entre as contratadas estiveram as empresas Energy, JC de Angra, Loc7 Produções, Only Entretenimentos e Solare, que tiveram seus preços homologados através de uma ata de registro de dezembro, no valor total de R$ 1.783.019, e as empresas GT Produções, MTO Entretenimento, Creative Music e Barões da Pisadinha Produção Musical, que faturararam juntas R$ 1.020.000.
A exemplo das festas realizadas em Resende pelo governo de Diogo Balieiro, Simão “reinou absoluto” na Expo Itatiaia 2024 e ainda teria sido favorecido pela máquina administrativa local. Isso porque os comerciantes de Itatiaia que não tiveram condições de pagar os R$ 5 mil cobrados pela MVS pelo aluguel de barracas na festa, acabaram escorraçados pelo governo de Irineu para favorecer o cartel de Simão.
Ao que tudo indica, Simão consumiu até o tecido do uniforme dos alunos da rede municipal de ensino, que tiveram o desfile adiado para a semana seguinte ao aniversário de Itatiaia, celebrado dia 1º de junho, por causa do atraso na entrega dos uniformes dos estudantes.
A MVS também é citada em outra denúncia ao MP, relacionada ao presidente da Câmara de Itatiaia, vereador Vinicius Leal, o Vini Celular, que supostamente embolsa cerca de R$ 50.000 por mês através de um esquema de rachadinha com servidores da Casa Legislativa, além da cobrança de propina de empresas terceirizadas pelo Parlamento Municipal.
De acordo com a denúncia, Vini também estaria desviando servidores da Câmara para trabalharem como operários em uma residência particular dele. Irregularidades que estariam em curso graças a um esquema de monitoramento das investigações do MP por parte de Vini. O parlamentar teria ainda se beneficiado através da contratação de um estande de R$ 17.000 pela Câmara de Itatiaia em troca de camarotes de Simão.
Denúncia de licitação fraudulenta em Resende
Em Resende, a gestão de Diogo Balieiro supostamente fraudou uma licitação em dezembro de 2022 para favorecer a vitória da MVS. Isso é o que consta em uma denúncia encaminhada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, com base numa ata referente ao Processo Administrativo Processo 33.354/2022 para contratação de estrutura, produção e comercialização do evento comemorativo ao Dia Nacional da Cultura. Isso porque a empresa “concorrente da MVS”, a “Pamela Tourinho Brito Duarte”, com sede em Salvador (BA), cobrou a bagatela de R$ 5.000.000,00. Valor possivelmente apresentado para favorecer a MVS, que apresentou valores simbólicos entre R$ 4,4 mil R$ 8,8 mil, já que a empresa lucra na comercialização.
A denúncia diz ainda que a Pamela Tourinho Brito Duarte, criada em agosto de 2021 com quase 100 ramos de atividade que nada têm a ver um com outro, pode ser um empresa de fachada criada com propósito de participar de licitações fraudulentas para favorecer outras empresas, como a MVS.
Festa do Pinhão
Recentemente os péssimos serviços de Simão, como o dono da MVS é popularmente conhecido, puderam ser percebidos na Festa do Pinhão, no distrito resendense de Visconde de Mauá com um caloroso coro de.”Simão, vai tomar no c***”. Demonstração de afeto que aconteceu depois que o moço cortou o som em retaliação a uma banda que teria atrasado para chegar ao palco, interrupção supostamente a mando de Balieiro. Embora alguns relatos inocentem a banda sobre a responsabilidade pela demora da apresentação, atribuída a a uma terceira pessoa e não ao conjunto. Já o músico Maruan Badu, que se identificou como membro da banda, disse que chegou ao local adiantado, 0h15, e que os músicos só foram chamados 1h30, meia-hora antes de o som ser interrompido.
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