As articulações políticas em Resende e Itatiaia nos últimos dias foram protagonizadas por negociações entre o deputado estadual Tande Vieira e o ex-prefeito de Resende José Rechuan, que estariam em negociações para uma espécie de fusão entre os grupos liderados pelos dois políticos, de olho, inclusive, nas eleições para deputado em 2026, além da corrida eleitoral deste ano.
Caso as negociações avancem, Kaio Márcio Paiva, morador de Resende que se mudou recentemente para Itatiaia com objetivo de disputar a eleição majoritária desse ano, pode ser vice na chapa do prefeito Irineu Coelho, segundo o que se comenta nos bastidores da política local.
No entanto, as negociações entre Rechuan e Tande, que estariam intermediadas pelo ex-vereador de Resende Kiko Besouchet, que responde a um processo criminal por supostamente ter integrado uma quadrilha que fraudava contratos públicos na Câmara de Resende e que é considerado braço-direito de Rechuan e uma espécie de guru de Irineu, também teriam como foco as eleições de deputados federal e estadual de 2026.
Isso porque, tanto Tande quanto Rechuan estariam jogando com duas cartas na manga, uma ganhar e outra para não perder.
Pelo lado de Tande, cujo nome foi alçado recentemente a pré-candidato a prefeito de Resende após uma apunhalada nas costas de Jayme Neto, secretário de Saúde de Resende apresentado nos últimos anos como pré-candidato do grupo liderado por Tande, a junção com Rechuan seria uma forma de conquistar independência política e um novo grupo para chamar de seu, já que, em caso de derrota na corrida eleitoral desse ano, Vieira ganharia musculatura junto ao atual vereador Renan Marassi, cuja vice pode ser Ana Paula Rechuan, esposa do ex-prefeito.
Pelo lado de Rechuan, o grupo político do ex-prefeito pode desembarcar já nos primeiros dias de um eventual governo de Tande para ganhar musculatura para uma eventual candidatura de deputado federal de Rechuan, ou de Ana Paula, em 2026. Enquanto o grupo de Rechuan daria sustentação e independência a Tande, segundo os conhecedores da política local.
O nome de Kaio, embora pouco acrescente ao combalido Irineu Coelho, pode dar alguma esperança para o alcaide peitar o favorito na disputa, o ex-prefeito Eduardo Guedes.
Kaio, que continua sem escondendo o calote de 10% nos servidores de Resende e o detalhamento de R$ 100 milhões em repasses de verba pública à Santa Casa, teve o nome citado no começo do ano junto Tande em uma denúncia ao MP por suposta compra de votos através de atendimentos na Santa Casa de Resende.