Economia de Resende cai 85% e amarga menor evolução econômica em 10 anos em meio a dívida de R$ 314,7 milhões

Dados de um relatório recente divulgado pelo Sebrae-RJ com base em dados oficiais da Receita Federal e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que o número de novas empresas ativas em Resende caiu a níveis de 2014. Esse encolhimento atinge em até 85% alguns setores da cidade do sul fluminense, cuja dívida de R$ 314,7 milhões representa o maior rombo da história enquanto a cidade se encontra mergulhada na pobreza e contratos supostamente superfaturados.

Os dados revelam que entre as principais desacelerações estão nos setores de alimentação com uma queda de 76,1%, comércio varejista com baixa de 71,6%, atividades jurídica, de contabilidade e auditoria com diminuição de 85,7%, serviços de escritório e de apoio administrativo com queda de 52,8%, construção com retardamento de 73,1% e outras atividades de serviços pessoais com diminuição de 74,3%.

Para se ter uma ideia da estagnação econômica de Resende nos últimos anos, dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que a cidade do sul fluminense possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.

Empréstimos e R$ 100 milhões na Santa Casa

O aumento da bolha financeira do município coincide com diversos empréstimos bancários contraídos pelo prefeito Diogo Balieiro, o mais recente no final de 2023 em R$ 25 milhões.

O endividamento do município também coincidiu com o que se apresenta como um festival de terceirizações de equipamentos e serviços na área da saúde. O que também esvolve R$ 100 milhões em repasses à Santa Casa, ocultos do Portal da Transparência e encobertos no final de 2023 por uma determinação atribuída a Balieiro, que teria orientado os vereadores de sua base a reprovar um requerimento do vereador Thiago Forastieri que pretendia lançar luz sobre essas verbas. O que também é objeto de uma denúncia feita Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ.

Garras na arrecadação de Itatiaia

Ao que parece, o prefeito de Resende já não está certo de que conseguirá empurrar goela abaixo da população de Resende o pré-candidato dele, Tande Vieira. Tanto que Balieiro mandou para Itatiaia o pouco expressivo Kaio Márcio Paiva, que estaria em negociações para ser vice na chapa do atual prefeito, Irineu Coelho. O que pode ser um reflexo da alta taxa de desemprego, endividamento, violência e, ao mesmo tempo, ganância de Diogo sobre os estimados R$ 370 milhões da arrecadação de Itatiaia.