Dados do portal da transparência de Resende coletados nos últimos dias revelam que a empresa Valle Sul deve embolsar cerca de R$ 20,5 milhões pelo que sugere ser apenas cinco contratações nesse intervalo de tempo.
Acostumada a faturar alto no governo do prefeito de Resende, a Valle Sul é uma das empresas executoras de um serviço de drenagem que anda tirando o sossego de comerciantes, moradores e clientes da rua Nicolau Rizzo e avenida Nova Resende, no Bairro Campos Elíseos, principal centro comercial da cidade do sul fluminense.
Não é possível afirmar se a obra pertence a uma adesão de ata efetuada em junho deste ano, no valor de R$ 7,8 milhões. Embora os serviços previstos no detalhamento coincidam com o que deve ser executado em Campo Elíseos, como escavação mecânica e manilhamento.
Porém, ainda que os R$ 7,8 milhões não se refiram à obra de Campos Elíseos, é certo que eles vão para a conta da Valle Sul. Enquanto isso os comerciantes amargam o prejuízo pela queda das vendas, já que o prefeito Diogo Balieiro descumpriu uma promessa feita por ele antes do período eleitoral, de que não faria a obra este ano por causa da Black Friday e do Natal, duas datas importantes para o já combalido comércio de Resende.
Esta semana os comerciantes e moradores voltaram a ser atormentados ainda pela obra de Balieiro, por causa de um vazamento de gás.
“Eu precisei interromper várias vendas, porque o cheiro de gás estava insuportável e tivemos que sair juntos com os clientes, antes da chegada dos Bombeiros”, disse um lojista da Rua Nicolau Rizzo, a principal afetada pela obra.
Segundo a estimativa do comerciante, a queda das vendas dele foram de cerca de 50% desde que as obras começaram.
Enquanto os comerciantes, moradores e clientes padecem, a Valle Sul fatura milhões em cima de outros contratos.
No final de 2023, por exemplo, a prefeitura empenhou mais de R$ 4,7 milhões para reforma do aeroporto municipal, também em favor da empresa.
De acordo com os dados do portal da transparência, em três outros empenhos entre 2023 e 2024, a Valle Sul deve embolsar outro R$ 9,3 milhões, que, somados à ata de registro de preços e o empenho da reforma do aeroporto, ultrapassam R$ 21,8 milhões.
A considerar os diversos alagamentos com as chuvas, Diogo Balieiro anda gastando muito e muito mal o dinheiro do povo de Resende. Recentemente, o alcaide usou um programa de rádio para defender a obra de Campos Elíseos ao se apoiar em outra obra semelhante, na região da Grande Alegria, onde, segundo Balieiro, os serviços de drenagem, pavimentação e urbanização da prefeitura teriam resolvido os transtornos causados pelas chuvas e deixado os comerciantes “felizes”. No entanto, imagens recentes publicadas pela Rádio Frenética mostram que a realidade é outra.
Assista o vídeo.
O impacto negativo atual no comércio com obra não é o único, já que o governo de Diogo Balieiro é o responsável pelo maior rombo financeiro de Resende, com uma dívida de R$ 322,9 milhões relatada pela prefeitura em setembro, 35% da receita corrente líquida.
Enquanto promoveu um governo de migalhas que não deixou as pessoas se desenvolverem, Resende viu o número de desempregados disparar pela ausência de políticas voltadas à geração de emprego e renda. O que também sitiou Resende com a proliferação de bolsões de pobreza e fez disparar a violência na cidade do sul fluminense.