Fundada há menos de quatro anos, a terceirizada FB Serviços, pode-se dizer, já possui uma história de sucesso quando o assunto é a celebração de contratos milionários. Caso, por exemplo, de um contrato de mais de R$ 4,9 milhões com a prefeitura de Resende para colocação de blocos de concreto, quanto a empresa sequer tinha completado três anos de idade.
Coincidência ou não, no mesmo local da sede da FB serviços, dois anos depois, foi fundada outra terceirizada, que também estaria fazendo sucesso em contratações com prefeituras, estado do Rio de Janeiro afora. Trata-se da Medical New LTDA, fundada em setembro de 2022 e que tem como sede o mesmo endereço da FB Serviços, em uma sala no Shopping do Largo, em Niterói.
A Medical New, que atua no ramo de comércio atacadista de instrumentos e materiais de uso médico, cirúrgico e hospitalar estaria seguindo os passos de sucesso de sua “companheira de sede” FB serviços, garante uma pessoa familiar às empresas de Niterói.
Em Resende ainda não ficou claro onde, quando e quanto a FB fixou os blocos de concreto, já que os anexos do memorial do projeto, citados no contrato, não estão disponíveis no portal da transparência. O que é possível afirmar é a bagatela de quase R$ 5 milhões embolsados pela “jovem empresa”, através do contrato firmado com o governo do prefeito Diogo Balieiro.
A falta de informações no portal da transparência de Resende é questão antiga, que, inclusive, já rendeu diversas denúncias ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, MPRJ.
Outro exemplo é a indicação da existência de um contrato de R$ 2,3 milhões celebrado pelo governo do prefeito Diogo Balieiro para fretamento de até 80.000 quilômetros de um micro-ônibus ao valor de R$ 28,91 por quilômetro rodado, preço que chega a ser 380% superior ao valor praticado no mercado. Porém, o contrato, firmado com a empresa A & S Agenciamento Turístico, não se encontrava disponível no portal da transparência no momento dessa edição.
A contratação da A & S parece ser mais um mistério nos subterrâneos do governo de Balieiro pela falta de informações no portal da transparência. O caso é semelhante aos R$ 14,2 milhões repassados este ano à Apmir (Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Resende) e os R$ 37,7 milhões em verba pública repassados à Santa Casa, ambos sem detalhamento do uso dos recursos no porta da transparência.
Em final de mandato, Diogo Balieiro já é o responsável pelo maior rombo financeiro das finanças de Resende, que acumulou em setembro uma dívida de R$ 322,9 milhões, 35% da receita corrente líquida, segundo dados divulgados pela própria prefeitura.