Embora alguns nomes para a disputa da corrida eleitoral das cidades de Resende e Itatiaia já estejam praticamente definidos, cabendo somente o registro de candidatura na Justiça Eleitoral, alguns possíveis concorrentes na disputa podem já pertencer indiretamente a um mesmo grupo político em formação, supostamente alinhavado nos bastidores por José Rechuan e Tande Vieira, respectivamente ex-prefeito de Resende e deputado estadual, além de Tande também ser pré-candidato a prefeito de Resende.
Este seria o caso do prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho, que esta semana teve o nome dele confirmado na Convenção do MDB sem a definição de um vice, e o ex-diretor da Santa Casa de Resende Kaio Paiva, o “Padre Kelmon”, que se mudou recentemente para Itatiaia e que ainda poderia ser vice de Irineu, já que a Convenção do PL ainda não aconteceu.
Mesmo que em chapas separadas, Irineu e Kaio estariam no mesmo grupo político de Tande e Rechuan para depois das eleições, ainda que os dois fracassem na disputa eleitoral de outubro. Há quem diga que essa suposta coalisão tem como objetivo a eleição de 2026, que deverá ter Rechuan, ou a esposa dele, Ana Paula Rechuan, na briga por uma cadeira de deputado, ou deputada, federal.
O “combustível” para as supostas ambições de Tande e Rechuan seria as contratações da Santa Casa de Resende, que é objeto de denúncias recentes encaminhadas ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ. Isso porque a unidade de Saúde possui personalidade jurídica própria e, ao mesmo tempo, recebe verba pública por conta de uma intervenção feita em 2017, porém sem precisar obedecar os trâmites estabelecidos em leis federais para contratações.
O que pode envolver estimados R$ 100 milhões em dinheiro público injetado nos últimos anos, porém sem informações disponíveis no Portal da Transparência. Há quem diga que a unidade de saúde é quase toda terceirizada a peso de ouro e com empresas ligadas a políticos do sul fluminense. Coincidência ou não, a interdição da Santa Casa foi idealizada por Rechuan e atualmente conta com a vista grossa de Tande pelo não acionamento da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde ele trabalha, para investigar os repasses milionários dos últimos anos, parcialmente gerenciados “às escuras” por Kaio Paiva.
Os estimados R$ 100 milhões repassados para a Santa Casa de Resende nos últimos anos, para muito, pode ter contribuído para a dívida de R$ 314,7 milhões que representam o maior rombo da história do município, em meio à violência, pobreza e contratos supostamente superfaturados.