Resende: Repasse à Apmir sobe para R$ 14,2 milhões após “obediência” de Roque a Diogo Balieiro na Santa Casa

Maternidade é dirigida por esposa do vereador, que supostamente usa a unidade de saúde para apadrinhamentos enquanto esconde os gastos do portal da transparência

A prefeitura de Resende repassou em 2024 cerca de R$ 14,2 milhões à Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Resende (Apmir), sem detalhamento do uso da verba pública no portal da transparência.

O montante é quase 200% superior a um aporte anunciado de R$ 5,1 milhões no ano passado, que se tornou o estopim para uma guerra entre o vereadores Roque Cerqueira e Reginaldo de Engenheiro, ambos da base do prefeito Diogo Balieiro. Isso porque a Apmir é dirigida por Dora Cerqueira, esposa de Roque, que foi acusado por Reginaldo de esconder o detalhamento dos gastos no portal da transparência e usar a maternidade como curral eleitoral, além de compra de votos no distrito de Engenheiro Passos, reduto de Reginaldo.

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Depois disso Reginaldo apresentou um requerimento de informação dos gastos da Apmir, cujas informações ainda continuavam ocultas do portal da transparência até o fechamento desta edição. Porém, o mesmo Reginaldo votou contra um requerimento com o mesmo objetivo, porém voltado à Santa Casa, que também não detalha os gastos públicos recebidos, já que a unidade não é municipalizada e usa o dinheiro sem passar pelo crivo da lei federal de licitações. No caso do requerimento reprovado da Santa Casa, Roque admitiu que votou contra a mando do governo de Balieiro.

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Em maio desse ano, Roque foi acusado de apadrinhamento na Apmir. Isso porque o mandachuva resolveu reservar um quarto particular para uma gestante com indicação de parto normal, privilégio que desagradou as outras pacientes e até as médicas, já que o parlamentar, “obstetra de araque”, parece ter usado a fragilidade da gestante para se promover politicamente.

Já a Santa Casa de Resende recebeu esse ano R$ 37,7 milhões em verbas públicas sem detalhamento no Portal da Transparência pelo governo de Diogo Balieiro, responsável pelo maior rombo financeiro da história do município, atualmente com uma dívida de R$ 322,9 milhões que equivalem a 35% da receita corrente líquida.