O presidente da Câmara de Itatiaia, vereador Vinicius Leal, o Vini Celular, marcou para a próxima segunda-feita, dia 5, a sessão de julgamento de um processo de impeachment que tramita na Casa Legislativa desde o final de outubro do ano passado. O que aconteceu de o prefeito da cidade do sul fluminense, Irineu Coelho, ter sido preso em flagrante na cidade vizinha de Resende, onde o alcaide reside, por supostamente ter cometido o crime de injúria racial, equiparado ao racismo, ao chamar a balconista de uma padaria de “negrinha”.
A votação deve acontecer sob um clima de descrença de boa parcela da população, já que a Câmara Municipal também estampou as páginas policiais nos últimos anos e, inclusive, recentemente três vereadores foram afastados no âmbito de uma ação judicial envolvendo um suposto esquema de rachadinha e funcionários fantasmas. No caso Vander Leite, Dudu Pereira e Tim Campos, sendo esse último o primeiro relator escolhido para o processo de impeachment contra Irineu. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.
Porém, a desconfiança popular sobre a real intenção dos vereadores em realmente dar uma resposta à sociedade, já que Itatiaia voltou a ser destaque (negativo) nacional pela conduta atribuída ao prefeito, ganhou ainda mais consistência em dezembro, com as revelações feitas no plenário da Câmara durante um convite feito para o comparecimento do delegado que prendeu Irineu, Michel Floroschk.
Segundo a autoridade policial, há informações de um suposto esquema de suborno a vereadores para favorecerem Irineu através de voto favorável ao alcaide ou voto de abstenção, que, na prática, também pode ajudar Irineu a depender do resultado em curso.
“Eu gostaria de advertir os vereadores, a todos os vereadores, que existem informações, que são fatos relevantes, que eu vou falar para que ninguém seja surpreendido mais pra frente com busca e apreensões ou prisões. O vereador tenha livre convencimento do seu voto. Se o vereador quiser votar a favor do prefeito, contra o prefeito, de acordo com sua consciência, ótimo. O que eu gostaria de acrescentar é que existem movimentações políticas através de fatos ilegais , ilegítimos, oferecimentos ou propósito de oferecimento de vantagens econômicas para votação a favor ao senhor Irineu. Já temos procedimentos investigatórios nessa direção”, disse o delegado.
Assista a seguir ao vídeo do delegado que prendeu Irineu.
Coincidência ou não, no dia do comparecimento de Michel Floroschk, cinco vereadores faltaram à sessão, embora o comparecimento fosse facultativo apesar da relevância do assunto. Na ocasião, os vereadores Sargento de Paula, José Adelson Rodrigues de Oliveira, o Toroca, Leonardo, Geilson Dias, o Pipia, e Bruno Diniz não estiveram no local. O que não quer dizer que a ausência desses parlamentares tenha qualquer relação com a suposta tentativa de suborno apontada pelo delegado. Para ler mais sobre essa matéria, clique nesse link.