Acusada de cartel pelo MP e “agraciada em R$ 4,8 milhões em Itatiaia”, Construflex “salva Huguinho” em Seropédica após embolsar R$ 757,7 mil

Restituído ao cargo de presidente da Câmara de Seropédica no final de outubro por força de uma mandado de segurança deferido pela comarca local, o vereador Pereira Junior, o Huguinho, cancelou as duas sessões plenárias marcadas para esta semana, que estariam previstas a possível cassação de mandato do parlamentar.

Segundo os bastidores da política local, o pano de fundo para a canetada de Huguinho seria um laudo técnico emitido no final de setembro pela empresa Construflex, sediada am Japeri, apontando diversos problemas nas instalações que poderiam colocar em risco funcionários, parlamentares e outros cidadãos no interior do prédio.

Para acessar o laudo emitido pela Construflex na íntegra, clique nesse link. 

Porém, a mesma Construflex que emitiu o laudo que pode motivar uma nova contratação emergencial, sem licitação, e que, de quebra, teria servido de base para a canetada de Huguinho para cancelar as sessões que poderiam resultar na perda de seu mandato, é a mesma Construflex favorecida por um contrato de R$ 454,6 mil pela própria Câmara de Seropédica em 2019 para serviços de manutenção elétrica e outros tipos de conservação predial.

Em 2020, a Construflex foi contemplada por, pelo menos, três aditivos (R$ 37,8 mil, R$ 113,6 mil e R$ 151,5 mil) que, somados aos R$ 454,6 mil contratados no ano anterior, totalizam aproximadamente R$ 757,7 mil em 24 meses pela manutenção do modesto prédio do Legislativo Municipal.

Comparando o montante recebido pela Construflex em um passado recente com a quantidade de “problemas elétricos” diagnosticado pela empresa às vésperas da possível cassação de Huguinho, é possível afirmar que, ou a empresa precisa melhorar muito para ser chamada de péssima ou os recursos desembolsados para a manutenção não foram usados para onde foram destinados ou a empresa de Japeri usou as instalações elétricas para algum outro motivo.

Em Itatiaia, a Contruflex, que já andou na mira do Ministério Público por suspeita de integrar um cartel em Japeri, conseguiu recentemente um contrato com o governo de Irineu Coelho de R$ 4,8 milhões para os mesmos serviços de manutenção predial, porém nas unidades de Saúde do município. Para ler essa matéria na íntegra, clique nesse link. 

Huguinho, por sua vez, já andou se “lambuzando” em um contrato de R$ 170 mil, usado pelo parlamentar para promoção pessoal. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.