Em um discurso vazio divulgado esta semana nas redes sociais, o vereador de Itatiaia João Márcio, que também preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal, deu a entender que a administração do prefeito Irineu Coelho tem dinheiro em caixa para pagar a verba de R$ 4 mil a título de auxílio tecnológico a 40 professores, benefício aprovado no final de 2022 e que o prefeito teria embromado até o mês de maio para começar a pagar, quando o vereadores aprovaram um crédito adicional para custeiro do auxílio.
“Não vou aqui detalhar o que vem acontecendo”, disse João Márcio em uma de suas primeiras falas do vídeo.
Segundo uma fonte de dentro da Câmara, esse “não detalhamento” que o parlamentar parece ter fugido de esclarecer seria uma espécie de “venda casada” imposta por Irineu para o pagamento dos 40 profissionais. Isso porque o alcaide teria disseminado na cidade do sul fluminense que precisaria da aprovação de dois projetos de crédito adicional para liberar o pagamento dos servidores.
Entretanto, como a pendência se refere aos meses de novembro e dezembro, é possível calcular que o montante devido aos profissionais nesses dois meses não passa de R$ 320 mil. E é aí que estaria escondido o “não detalhamento” que João Márcio não quis revelar, já que os dois pedidos de crédito suplementar de Irineu, um de R$ 1.710.160,48 (projeto 685/2023) e outro de R$ 822.839,17 (projeto 686/2023), caso aprovados, chegarão a mais de R$ 2,5 milhões, ou seja, R$ 2,2 milhões a mais do que o valor que a prefeitura matematicamente precisa para quitar o benefício dos profissionais.
Para acessar o projeto 685/2023, clique nesse link.
Para acessar o projeto 686/2023, clique nesse link.
Essa “gordurinha” de R$ 2,2 milhões supostamente é o “não detalhamento” a que o vereador se referiu. Isso porque esse montante teria como destino certo uma empresa de ônibus que presta serviço de transporte escolar para prefeitura, ou seja, aos cofres de mais uma das terceirizada contratadas a preços milionários pela administração de Irineu Coelho. Garantem os bem informados que alguns vereadores “não se sentiram incentivados” em participar de uma sessão extraordinária para aprovação do projeto.
Embora não tenha explicado o “detalhamento” da não aprovação do projeto, João Márcio, sem falar o nome de Irineu, argumentou que esses dois projetos que totalizam cerca de R$ 2,5 milhões se referem a verbas por excesso de arrecadação, provenientes de royalties, e que, por isso, não justificam a “venda casada” proposta pelo governo de Irineu para o não pagamento do auxílio tecnológico dos servidores.
Assista abaixo ao vídeo do vereador.
João Márcio também não comentou sobre o não envio de qualquer projeto do governo de Irineu sobre o uso do excedente do Fundeb para liberação de abono aos servidores da Educação. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.