Classe média de Resende está “depenada” pelo prefeito, que endividou a cidade e estaria de olho na arrecadação de Itatiaia

A pujante classe média dos tempos áureos de Resende, quem diria, deu lugar a uma maioria de “depenados”. Pelo menos é isso que dizem os observadores mais atentos da política local, que acompanharam de perto o enfraquecimento da economia do município nos últimos anos, em boa parte pelo que parece ter sido uma estratégia do prefeito Diogo Balieiro em criar uma legião de “depenados e dependentes”, por causa do empobrecimento que atinge em cheio a cidade do sul fluminense.

“Resende está estagnada, as pessoas estão sobrevivendo ou próximas à linha da pobreza, os estabelecimentos comerciais estão fechando suas portas. O prefeito criou uma legião de pessoas que passam o dia com o pires na mão atrás dele pelos canais de rede social. Muita gente, inclusive da classe média, está nesse grupo por uma situação fomentada por ele próprio, porque as pessoas viraram reféns dele, das esmolas dele”.

O desabafo é de uma moradora de Campos Elíseos, na região central, considerado o polo comercial da cidade. A moradora de 62 anos, que pediu para não ter a identidade revelada, diz que o político não possuí qualquer ação desenvolvimentista que possa ser citada nos quase oito anos que está à frente do município.

“Ele reformou prédios públicos que estavam seminovos, pintou o que já estava pintado, muito dinheiro jogado fora, banheiro que custaram R$ 150 mil, escolas pintadas por quase R$ 1 milhão. Então, a cidade foi ficando pobre, as pessoas, incluindo a classe média, foram ficando pobre. Eu, inclusive, que precisei fechar meu comércio. Enquanto isso, o prefeito fez todo mundo ‘comer na mão dele’: uma consulta aqui, um exame acolá. Só que as pessoas não querem viver de esmolas e isso que ele está fazendo com as pessoas, está deixando elas “passarem fome” pra oferecer meio prato de comida”, desabafa.

O que a moradora argumenta também pode ser comprovado por número, já que a administração de Diogo Balieiro endividou a cidade em quase 50% de sua receita corrente líquida, R$ 311 milhões no final do ano passado.

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Chutando os “pedintes”

Embora tenha fomentado o empobrecimento da população e, ao mesmo tempo, tirado proveito político em troca de “migalhas aos pedintes” que se proliferaram pelas redes sociais, Diogo Balieiro, ao que parece criou uma bolha que vai além do endividamento recorde de R$ 311 milhões. Que o diga Clara Mônica, uma moradora do Jardim Ipiranga acostumada a defender o alcaide com unhas e dentes nas redes sociais, que recentemente disse que foi enxotada por Diogo Balieiro que, agora, estaria por trás de uma moção concedida pela Cãmara para tentar “repatriar a pedinte”.

“Eu vivo perturbando nosso prefeito Diogo com relação à limpeza do nosso bairro, só que agora ele me fez uma ligação pra mim pedindo para eu não incomodá-lo mais… tá cheio de mato, canal tá cheio de coisa… ele falou: ‘Tô te ligando pra não te deletar…’ Falta de respeito por eu ser idosa, inclusive meu filho estudou com ele, as pessoas falam e eu defendo… estou muito triste, meu prefeito, que eu sempre defendi, fazer isso comigo…”

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Empobrecida e violenta

O aumento da violência tem como um de seus principais vetores o empobrecimento das pessoas, a falta de investimentos do poder público no desenvolvimento humano e social. O é percebido em Resende, que está acima da média nacional em homicídios intencionais de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Publica 2023, já que Resende possui 39,8 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes enquanto a média no Brasil é de 22,3.

De olho em Itatiaia

No pleito suplementar de março de 2022, Diogo ajudou a eleger o atual prefeito, Irineu Coelho, que anda fazendo um governo que precisa melhorar muito para ser chamado de péssimo. Porém, o alcaide pode optar este ano por outro nome, o do atual diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Paiva.

Kaio teria se transformado em uma espécie de garçom de Irineu Coelho. Isso porque, garantem as fontes das cidades do sul fluminense, Irineu teria ganhado passe livre na indicação de pacientes para a unidade de saúde da cidade de vizinha gerenciada por Kaio, no caso a Santa Casa. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

“Dupla de ouro de Balieiro”

Kaio faz parte da “dupla de ouro” de Diogo Balieiro junto com o ex-diretor da Santa Casa e atual secretário de Saúde de Itatiaia, Luiz Saldanha. A dupla gerenciou uma quantia estimada de R$ 100 milhões nos últimos anos sem detalhamento no portal da transparência. O que foi objeto de um requerimento barrado na Câmara de Resende no final do ano passado por determinação do prefeito de Resende. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.