Polícia Civil e MPRJ prendem quatro pessoas por lavagem de dinheiro e fraudes bancárias em Petrópolis

Na manhã de quinta-feira (13), agentes da Polícia Civil prenderam quatro pessoas envolvidas em uma organização criminosa voltada para a prática de lavagem de dinheiro e fraudes bancárias em grande escala. A ação faz parte da operação Shell Company, a pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). De acordo com o MPRJ, a organização movimentou cerca de meio bilhão de reais. Além dos quatro mandados de prisão, também foram expedidos dez de busca e apreensão. Os mandados estão sendo cumpridos em Petrópolis, nas regiões de Itaipava, Corrêas e Nogueira e no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca.

Entre os seis denunciados por crimes de estelionato, falsidade ideológica, lavagem de capitais e organização criminosa, na operação Shell Company, estão dois gerentes de uma agência do Banco Santander, Leonardo de Oliveira Tonelli e Osiris Alves de Luca Filho. Os crimes, que aconteceram entre os anos de 2019 e 2020, geraram um prejuízo de R$ 8 milhões para a agência bancária localizada na Avenida Koeler, no centro de Petrópolis.

De acordo com o MPRJ, “A eles é atribuída a responsabilidade pela abertura de contas sem observância da regulamentação”. Eles transferiam recursos da instituição financeira para contas particulares, concedendo créditos diversos, como cheque especial, duplicatas, empréstimos pessoais etc.

Também foram presos Jeferson de Aguiar Leal e João Vitor Hibner de Figueiredo, apontados como chefe e operador do esquema. O documento aponta que eles “atuam na criação de pessoas jurídicas sem efetiva atividade empresarial e, na intenção de elevar o score de crédito, promovem movimentações artificiais entre as contas”.

Os mandados da operação Shell Company, obtidos pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organizações Criminosas e são cumpridos na capital (Barra da Tijuca) e em Petrópolis (Itaipava, Corrêas e Nogueira). A pedido do MPRJ, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores no montante de R$ 8 milhões em desfavor dos denunciados.

A análise das quebras bancária e fiscal foi feita pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil. A operação conta com o apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

Grupo criminoso criou holding para lavagem de dinheiro

A investigação revelou que os recursos financeiros da organização criminosa foram canalizados para uma holding criada com o propósito de controlar 11 empresas fictícias, as quais foram utilizadas para lavagem de dinheiro.

Os gerentes Leonardo e Osiris atestaram indevidamente fatos falsos como verdadeiros, como documentação falsa e atividade empresarial supostamente desenvolvida, e abriram contas para as empresas de fachada. As contas foram utilizadas para respaldar empréstimos milionários e diversas vantagens junto à instituição financeira.

De acordo com o GAECO/MPRJ, durante os anos de 2020 e 2022 os denunciados movimentaram aproximadamente R$ 500 milhões. A análise do fluxo financeiro indica que, além do banco prejudicado, outras instituições financeiras também foram alvo do mesmo grupo.

Por: Correio Petropolitano