O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, recebeu esta semana mais uma denúncia de um possível cartel ligado à empresa MVS Produções, sediada em Resende, na realização e comercialização em festas realizadas por prefeituras do sul fluminense.
A denúncia foi feita a partir de uma reportagem dessa semana do Diário do Rio, que noticiou a utilização de R$ 250 mil licitação, recebidos pela prefeitura de Itatiaia da secretaria de Estado de Turismo para o Encontro Internacional de Motociclistas, evento que acontece do dia 1º ao dia 4 de agosto em Penedo.
De acordo com a publicação, a prefeitura justificou a não realização de licitação do evento dizendo que não tinha tempo hábil para realização do certame, mas não explicou por que escolheu a MVS, propriedade do empresário Markus Vinicius Simão, ligado ao prefeito de Resende, Diogo Balieiro. Com isso, as empresa escolhida pelo governo do prefeito Irineu Coelho ficará montagem e comercialização da festa.
A denúncia acrescenta que “a MVS mantém uma relação promiscua, no mínimo, com o prefeito Irineu Nogueira”. O que estaria relacionado ao fato de a mesma a MVS ser a mesma empresa que montou recentemente a estrutura de um comício eleitoral clandestino de Irineu barrado pela Justiça Eleitoral, depois de agraciada recentemente com uma adesão de preços de mais de R$ 1,1 milhão.
MVS sempre engordando o bolso
Recentemente, a MVS também garantiu sem muita dificuldade a “vitória” no pregão presencial 01/2024 e faturou toda a comercialização da Expo Itatiaia 2024, festa comemorativa aos 35 anos de emancipação político-administrativa da cidade do sul fluminense, que aconteceu entre os dias 30 de maio e 2 de junho.
Segundo denúncias feitas ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, o governo de Irineu fechou diversos contratos com empresas de evento, necessários à realização da Expo Itatiaia 2024, mas que favoreceram a comercialização de camarotes, estacionamento, estandes e outros produtos pela empresa de Simão.
A MVS também é citada em outra denúncia ao MP, relacionada ao presidente da Câmara de Itatiaia, vereador Vinicius Leal, o Vini Celular, que supostamente embolsa cerca de R$ 50.000 por mês através de um esquema de rachadinha com servidores da Casa Legislativa, além da cobrança de propina de empresas terceirizadas pelo Parlamento Municipal.
De acordo com a denúncia, Vini também estaria desviando servidores da Câmara para trabalharem como operários em uma residência particular dele. Irregularidades que estariam em curso graças a um esquema de monitoramento das investigações do MP por parte de Vini. O parlamentar teria ainda se beneficiado através da contratação de um estande de R$ 17.000 pela Câmara de Itatiaia em troca de camarotes de Simão.
Denúncia de licitação fraudulenta em Resende
Em Resende, a gestão de Diogo Balieiro supostamente fraudou uma licitação em dezembro de 2022 para favorecer a vitória da MVS. Isso é o que consta em uma denúncia encaminhada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, com base numa ata referente ao Processo Administrativo Processo 33.354/2022 para contratação de estrutura, produção e comercialização do evento comemorativo ao Dia Nacional da Cultura. Isso porque a empresa “concorrente da MVS”, a “Pamela Tourinho Brito Duarte”, com sede em Salvador (BA), cobrou a bagatela de R$ 5.000.000,00. Valor possivelmente apresentado para favorecer a MVS, que apresentou valores simbólicos entre R$ 4,4 mil R$ 8,8 mil, já que a empresa lucra na comercialização.
A denúncia diz ainda que a Pamela Tourinho Brito Duarte, criada em agosto de 2021 com quase 100 ramos de atividade que nada têm a ver um com outro, pode ser um empresa de fachada criada com propósito de participar de licitações fraudulentas para favorecer outras empresas, como a MVS.
Festa do Pinhão
Recentemente os péssimos serviços de Simão, como o dono da MVS é popularmente conhecido, puderam ser percebidos na Festa do Pinhão, no distrito resendense de Visconde de Mauá com um caloroso coro de.”Simão, vai tomar no c***”. Demonstração de afeto que aconteceu depois que o moço cortou o som em retaliação a uma banda que teria atrasado para chegar ao palco, interrupção supostamente a mando de Balieiro. Embora alguns relatos inocentem a banda sobre a responsabilidade pela demora da apresentação, atribuída a a uma terceira pessoa e não ao conjunto. Já o músico Maruan Badu, que se identificou como membro da banda, disse que chegou ao local adiantado, 0h15, e que os músicos só foram chamados 1h30, meia-hora antes de o som ser interrompido.
Assista o vídeo.