Réu em um processo criminal por supostamente integrar uma quadrilha que fraudava contratos na Câmara de Resende, o ex-vereador Kiko Besouchet deve ser um dos principais coordenadores na campanha do deputado estadual Tande Vieira. No último final de semana, o braço-direito do ex-prefeito de Resende José Rechuan marcou presença no convenção de Tande ao lado de membros do governo do prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho. Na véspera, a Justiça Eleitoral havia barrado um comício e uma carreta clandestinos de Tande.
Segundo os bastidores da política local, Besouchet, que manda e desmanda no governo de Irineu, é considerado peça-chave de um grupo político em formação na região sul fluminense, liderado por Rechuan e Tande.
O “combustível” para as supostas ambições de Tande e Rechuan seria as contratações da Santa Casa de Resende, que é objeto de denúncias recentes encaminhadas ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ. Isso porque a unidade de Saúde possui personalidade jurídica própria e, ao mesmo tempo, recebe verba pública por conta de uma intervenção feita em 2017, porém sem precisar obedecer os trâmites estabelecidos em leis federais para contratações.
Quem conhece do riscado garante que a coalisão entre Rechuan e e Tande pode envolver estimados R$ 100 milhões em dinheiro público injetado nos últimos anos, porém sem informações disponíveis no Portal da Transparência. Há quem diga que a unidade de saúde é quase toda terceirizada a peso de ouro e com empresas ligadas a políticos do sul fluminense. Coincidência ou não, a interdição da Santa Casa foi idealizada por Rechuan e atualmente conta com a vista grossa de Tande pelo não acionamento da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde ele trabalha, para investigar os repasses milionários dos últimos anos, parcialmente gerenciados “às escuras” por Kaio Paiva.
Para os observadores mais atentos da política local, a convenção do principal adversário de Tande na corrida eleitoral desse ano, vereador Renan Marassi, forneceu sinais contundentes do surgimento desse grupo encabeçado pelo deputado estadual e pelo ex-prefeito de Resende, evento que também contou com a presença de Kiko Besouchet.
Para os observadores mais atentos da política local, a convenção do principal adversário de Tande na corrida eleitoral desse ano, vereador Renan Marassi, forneceu sinais contundentes do surgimento desse grupo encabeçado pelo deputado estadual e pelo ex-prefeito de Resende, evento que também contou com a presença de Kiko Besouchet, além de Irineu, Rechuan e outros nomes próximos ao ex-prefeito de Resende.
Por que Tande e Rechuan juntos
Possível representante do governo que levou as finanças de Resende à falência com o maior rombo da história do município do sul fluminense, R$ 314,7 milhões que representam quase 50% da receita corrente líquida informada pela própria prefeitura no primeiro quadrimestre de 2024, Tande, que sofreu uma derrota no final de semana, quando a Justiça Eleitoral barrou um comício e uma carreata clandestinos do político, além de outra recente pela determinação da Justiça Eleitoral de retirada de uma enquete fraudada por asseclas do pré-candidato, estaria determinado a aproveitar a corrida eleitoral desse ano para se livrar do desgaste que assola a atual administração municipal e que pode queimar o filme do deputado, se é que já não queimou.
À procura de um novo grupo política para chamar de seu, Tande, comentam aqueles que circulam nos bastidores da política local, teria encontrado em Rechuan o par perfeito. Isso porque, seja qual for o resultado da corrida eleitoral desse ano, a parceria com o ex-prefeito pode representar uma estrada “sem cabresto” em Tande nos próximos anos, ainda que Rechuan provavelmente esteja em lado oposto a Tande na disputa eleitoral desse ano.
No pacote do peso sobre as costas de Tande, que o pré-candidato pode não estar disposto a carregar, algumas contratação da prefeitura que andam fazendo torcer o nariz dos observadores mais atentos. Uma delas a da empresa de informática Custom, alvo de denúncia de propina em Itatiaia e detentora de um contrato com sobrepreço de 10.000% em relação à serviços semelhantes contratados por outras prefeituras.
Kaio e Irineu podem terminar juntos
A se confirmar a costura desse grupo político liderado por Rechuan e Tande, é bem possível que Irineu e Kaio, que devem caminhar em lados opostos na eleição de Itatiaia, acabem juntos, nesse mesmo grupo político, após a eleição de outubro, segundo os conhecedores da política local.
Isso porque Kaio é apadrinhado por Tande, que supostamente articulou com Rechuan nos bastidores para que o rapaz fosse vice na chapa de Irineu, além de que Kaio foi diretor da Santa Casa e supostamente conhece o funcionamento do que pode ser uma “galinhas do ovos de ouro” cobiçada pela dupla, enquanto Irineu já estaria sob o controle de Rechuan e companhia.