Itatiaia: Irineu homologa R$ 1,7 milhão à Custom após clonar pregão suspenso pelo TCE por suspeita de propina

Empresa de informática, que se arrastou por mais de um ano recebendo na clandestinidade, vence pregão que teve impugnação rejeitada

O governo do prefeito de Itatiaia, Irineu Coelho, publicou no final de setembro a homologação do pregão eletrônico 28/2024, no valor de quase R$ 1,7 milhão. O pregão foi uma espécie de pacote de vários serviços aglutinados, relacionados a serviços de gestão informatizada de vários órgãos municipais. Certame “vencido” pela empresa de informática Custom, que acumula R$ 1.357.170 em recebimentos sem licitação desde o ano passado.

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No entanto, segundo uma impugnação rejeitada pela prefeitura, a prefeitura “clonou” o edital do pregão 027/2023, que foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, TCERJ, por diversos vícios que de direcionamento que favoreceram a Custom em março do ano passado, além de denuncias que já haviam chegado ao conhecimento do Ministério Público de um esquema de favorecimento da empresa mediante pagamento de propina.

A Custom, pelo que consta no termo de julgamento, não teve dificuldade para vencer dois “concorrentes”, Daniel Maltez e Gabriel Ramiro, cujas empresas são das áreas de manutenção e vendas, respectivamente, de acordo com as qualificações das empresas na Receita Federal.

Pelo que é possível perceber pelo termo de julgamento do pregão, Daniel e Gabriel, atuaram mais como figurantes que concorrentes, pela passividade ante as ofertas da Custom e o preços elevados apresentados, curiosamente, exatamente no mesmo valor.

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A empresa de informática Opportunity impugnou o edital argumentando que “o edital em apreço, traz consigo variadas prestações de serviços aglutinando todos em um único objeto, que em resumo inclui: ‘variados sistemas de gestão pública municipal, serviço de data center (hospedagem), integração de sistemas, conversão de dados, implantação, treinamento dos usuários, suporte técnico, manutenção e customização para o poder executivo, legislativo e demais órgãos da administração municipal direta e indireta do município'”.

A Opportunity acrescentou que “é de conhecimento público, que toda e qualquer licitação se destina, a selecionar a melhor proposta para Administração, visando a efetivação de seus interesses com a qualidade necessária e o menor custo possível, balizando-se, por normas fundadas sobre princípios que assegurem a competitividade e justo preço! Assim, a Administração ao elaborar seus editais deverá sempre pautar por meios e métodos que permitam a amplitude de participação de empresas do ramo, visando a disputa de preços entre os concorrentes e consequentemente a obtenção da melhor proposta para a Administração”.

“No caso em apreço, o objeto do edital se encontra um tanto quanto confuso distinto tecnicamente do conceito de sistemas web, tendo em vista, que todas as entidades devem pagar separadamente a hospedagem do sistema, que no caso, partindo do pressuposto do conceito que se trata de uma base única, disponibilizada para todas as entidades. Assim, o mesmo serviço, acaba sendo pago por várias entidades, eis que, o edital em apreço não conta com o volume de dados que será necessário converter e posteriormente hospedar em datacenter”, justificou a Opportunity.

Outros trechos dos argumentos da Opportunity deixam claro que a impugnante percebeu que o edital possivelmente foi direcionado para a vitória da Custom.

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A prefeitura de Itatiaia negou a impugnação argumentando perda de objeto por causa do arquivamento do processo e alegou que o MP nada mais fez além da solicitação de cópias do processo.

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