O prefeito de Resende, Diogo Balieiro, quem diria, já teria pipocado em sua tentativa de emplacar o inexpressivo Kaio Márcio como candidato a prefeito de Itatiaia. A suposta retirada do nome do diretor da Santa Casa teria acontecido não por decisão de Balieiro, uma vez que Kaio é considerado um pau mandado do prefeito, mas sim por decisão do deputado estadual Tande Vieira. Caso se confirmem os burburinhos dos bastidores da política local, Kaio estaria com boas chances de ser vice na chapa do atual prefeito, Irineu Coelho, com Diogo de cabo eleitoral.
Porém, a articulação de Tande teria acontecido através de uma negociação do parlamentar com o ex-prefeito de Resende José Rechuan, que estaria mandando e desmandando no governo de Irineu. O que quer dizer que Diogo deve servir de cabo eleitoral de Irineu e, ao mesmo tempo, “capacho” do reinado de Rechuan em Itatiaia.
Quem conhece do riscado garante que já viu alguns encontros entre “chefes de Diogo e Irineu”, respectivamente Tande e Rechuan, antes de Kaio começar a minguar em suas andanças pré-eleitorais em Itatiaia.
Oito anos de fantoche?
Uma nova denúncia levada recentemente ao conhecimento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, sugere que a intervenção da prefeitura de Resende na Santa Casa de Misericórdia da cidade, apesar de ter sido efetivada na gestão de Diogo Balieiro, pode ter os tentáculos de Rechuan no gerenciamento da unidade de saúde nos últimos anos.
A suposta atuação de Rechuan nos bastidores da administração da Santa Casa de Resende veio à tona em fevereiro, quando ficou evidenciada a proximidade entre o ex-prefeito de Resende e o atual secretário de Saúde de Saúde de Itatiaia e ex-diretor da Santa Casa de Resende Luiz Saldanha, o Luizão, que contratou sem licitação do laboratório de análises clínicas JA por mais de R$ 1,1 milhão. Bagatela que seria a contrapartida da compra do apoio político de Rechuan à tentativa de reeleição de Irineu Coelho, já que a JA pertence ao genro de Rechuan, segundo outra denúncia encaminhada ao MP. Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.
No que tange à Santa Casa de Resende, a denúncia lembra que o próprio Rechuan, em uma entrevista de rádio, “deixou escapar que Luiz Saldanha foi o executor da proposta dele, Rechuan, de intervenção na Santa Casa de Resende”.
Assista a seguir às declarações de Rechuan.
Vereador de migalhas, Renan pode virar moeda de troca
O suposto reinado de Rechuan em Itatiaia, com ajuda do “cabo eleitoral Diogo”, teria como moeda de troca o esvaziamento ou, quiçá, a retirada de última hora da pré-candidatura de prefeito de Resende até então verbalmente mantida pelo vereador Renan Marassi. Empreitada que já é encarada com desconfiança pelos observadores mais atentos que, inclusive, chegam a afirmar que Renan faz oposição fajuta a Balieiro e que tem dezenas de cargos comissionados na gestão do atual prefeito de Resende.
Renan, que estaria cacifado, por enquanto, pelo grupo político de Rechuan, estaria prestes a ser “deserdado” pelo chefe na corrida eleitoral do Executivo de Resende, já que a prioridade de Rechuan seria a manutenção do reinado dele, em Itatiaia. Caso isso se confirme, o rapaz, que nada faz na Câmara para peitar as mazelas de Balieiro, deve continuar com seus supostos cargos entocados nas prefeituras, de Resende e de Itatiaia, e se contentar como a reeleição de vereador, abrindo assim caminho para o pré-candidato a sucessão de Balieiro, Jayme Neto.
Unidos pela MVS
Diogo Balieiro e Irineu parecem também unidos pela MVS Produções, de Resende, considerada a “dona” das grandes festas realizadas pelas prefeituras das cidades da Região das Agulhas Negras, já que a empresa monta o espaço, vende praticamente tudo no local, como camarotes e barracas, além de supostamente arbitrar os preços praticados, e, ao final, teoricamente embolsa toda a receita.
Porém, os péssimos serviços de Simão, como o dono da MVS é popularmente conhecido, puderam ser percebidos no último final de semana na Festa do Pinhão, no distrito resendense de Visconde de Mauá com um caloroso coro de.”Simão, vai tomar no c***”. Demonstração de afeto que aconteceu depois que o moço cortou o som em retaliação a uma banda que teria atrasado para chegar ao palco, interrupção supostamente a mando de Balieiro. Embora alguns relatos inocentem a banda sobre a responsabilidade pela demora da apresentação, atribuída a a uma terceira pessoa e não ao conjunto. Já o músico Maruan Badu, que se identificou como membro da banda, disse que chegou ao local adiantado, 0h15, e que os músicos só foram chamados 1h30, meia-hora antes de o som ser interrompido.
Assista o vídeo.
E na Expo Itatiaia, festa comemorativa aos dos 35 anos de emancipação político-administrativa da cidade do sul fluminense, que acontece entre o final de maio e o começo de junho, não vai ser diferente: a MVS vai, mais uma vez, fazer “barba, cabelo e bigode”.
Pelo menos é isso que se pode concluir pelo contrato 83/2024, celebrado entre a empresa e o governo do prefeito Irineu Coelho que, apesar do lucro exorbitante estimado para a empresa, ainda se propôs a pagar R$ 27.500 mil a MVS.
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