Kaio e Diogo Balieiro manipulam pesquisa e promovem compra de voto por Whatsapp em Itatiaia, diz denúncia ao MP

O pré-candidato a prefeito de Itatiaia Kaio Márcio, em conluio com o prefeito de Resende, Diogo Balieiro, teria criado um esquema de manipulação de pesquisa eleitoral, compra de votos e campanha eleitoral antecipada com a ajuda de arquivos de áudio e vídeo, além de chamadas pelo Whatsapp.

É isso que diz uma denúncia encaminha ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ. Segundo o relato, pseudoentrevistadoras, identificadas com crachá supostamente de uma empresa de pesquisa teriam iniciado abordagens nas residências dos moradores. Com ajuda dos aparelhos, os “entrevistados” estariam sendo assediados a ouvirem e até gravarem depoimentos favoráveis a Kaio, ilegalidade que talvez dê trabalho ao MP, já que a abordagem é individual e a disseminação dos áudios e vídeos de Balieiro é feita a partir dos aparelhos transportados por elas.

“A moça me colocou pra falar com o prefeito de Resende, ele tentou me enganar prometendo vantagens no ano que vem na Santa Casa de Resende no ano que vem, se eu precisar. Ele queria que eu declarasse voto pro Kaio numa pesquisa e gravasse um vídeo de campanha pro Kaio. Eu respondi que o Kaio não é de Itatiaia e que eu não vou votar no candidato dele. O dr. Diogo ficou nervoso e desligou o telefone na minha cara. Eu não gosto dessas coisas, chegaram em Itatiaia jogando sujo. Tá na cara que esse prefeito de Resende quer se encostar em Itatiaia depois que faliu Resende”, revelou uma dona de casa do Jardim Itatiaia.

O relato confirma o que diz a denúncia, de que “ssas mesmas pessoas reproduzem áudios e efetuam chamadas com o prefeito de Resende Diogo Balieiro, que efetua verdadeira tentativa de compra de votos através do oferecimento de serviços públicos de Resende, na área da saúde, mesmo estando Diogo no final de seu mandato.

“Além disso, o próprio Diogo assedia, por chamada, os moradores a fim de forçar a coleta de dados e material midiático a favor de Kaio. Bom seria esse MP investigar o que pode estar por trás de tamanha sanha de Diogo Balieiro e sua trupe pelos recursos de Itatiaia, haja vista que Resende está afundada em dívidas que somam quase 320 milhões de reais”, acrescenta.

A investida sobre a moradora teria acontecido esta semana, quando Kaio começou uma campanha eleitoral antecipada através de um corpo a corpo, ilegalidade também citada na denúncia. Ele estaria acompanhado de pessoas supostamente ligadas à vice na chapa dele, Dona Ângela.

“Padre Kelmon de Itatiaia”, Kaio Paiva gosta de esconder as coisas. Entre elas a verdade. Uma delas a de que o rapaz se autoproclamou advogado, quando ele supostamente não possui registro na OAB. Porém, o rapaz também andou escondendo o rosto das pessoas que comparecera à convenção do partido dele, o PL , esta semana. Isso porque as pessoas seriam de Resende em ampla maioria.

Kaio também teria usado os moradores de Resende, além de perfis falsos, para fraudar uma enquete recentemente. Porém, o mais grave ainda parece ser os R$ 100 milhões que ele ainda não prestou conta no Portal da Transparência, recursos públicos gerenciados por ele na Santa Casa de Resende.

No final de janeiro, Kaio também foi denunciado ao MP pela suposta compra de votos em Itatiaia através de recurso da Santa Casa de Resende, onde ele era diretor. O que também teria o envolvimento do deputado estadual Tande Vieira, pré-candidato a prefeito de Resende.

Diogo com as garras em Itatiaia depois de arrombar as contas de Resende

A tentativa de Diogo Balieiro de colocar as garras dele na arrecadação de Itatiaia através de Kaio, que não passa de um pau mandado, acontece depois de “a prancha de Balieiro quebrar” após ele surfar em uma onda populista, pautada na distribuição de migalhas enquanto a população de Resende se tornou cada vez mais pobre. Isso porque Balieiro optou por “escravizar” de alguma forma milhares de pessoas ao não investir no desenvolvimento humano e profissional delas, tampouco na geração de emprego e renda em Resende.

Dados divulgados no final de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que Resende possui cerca de 43,5 mil empregos formais, 32,9% de uma população de 129,6 mil pessoas apuradas em 2021. Ano em que a pesquisa identificou 32,4% de pessoas vivendo com meio salário mínimo, ou menos, por mês. Essa maioria engloba desempregados, população em situação de pobreza e os que ainda não estão no mercado de trabalho, entre outras categorias.

A partir de dados do IBGE, o portal Caravela identificou que Resende é uma cidade que pode ser considerada estagnada quando o assunto é a geração de novos empregos. Em 2023, o número de contratações e de demissões foram quase os mesmos, 13,9 mil admissões de 13,5 mil demissões, saldo de apenas 455 novos postos de trabalho durante todo o ano. O que coloca Resende entre as piores cidades no ranking estadual e nacional.

Dados de um relatório recente divulgado pelo Sebrae-RJ com base em dados oficiais da Receita Federal e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que o número de novas empresas ativas em Resende caiu a níveis de 2014. Esse encolhimento atinge em até 85% alguns setores da cidade do sul fluminense, cuja dívida de R$ 314,7 milhões representa o maior rombo da história enquanto a cidade se encontra mergulhada na pobreza e contratos supostamente superfaturados.

O aumento da bolha financeira do município coincide com diversos empréstimos bancários contraídos pelo prefeito Diogo Balieiro, o mais recente no final de 2023 em R$ 25 milhões.

O endividamento do município também coincidiu com o que se apresenta como um festival de terceirizações de equipamentos e serviços na área da saúde. O que também envolve R$ 100 milhões em repasses à Santa Casa, gerenciados por Kaio, ocultos do Portal da Transparência e encobertos no final de 2023 por uma determinação atribuída a Balieiro, que teria orientado os vereadores de sua base a reprovar um requerimento do vereador Thiago Forastieri que pretendia lançar luz sobre essas verbas. O que também é objeto de uma denúncia feita Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ.