Prefeito tenta colocar São Paulo dentro de Resende e revolta população com Saúde alugada, segredo em repasses e investida sobre Itatiaia

A população de Resende, que há algum tempo já andava desconfiada com o que parecia ser uma fábrica de números do marketing do prefeito Diogo Balieiro, anda revoltada com o governante. Isso porque o governo do alcaide tentou convencer a população que a Santa Casa de Misericórdia da cidade atende mais pacientes que a Beneficência Portuguesa, maior hospital privado da América Latina, que destina 50% dos atendimentos à filantropia.

Enquanto propala números que se mostram fantasiosos, Balieiro esconde outros números da população: quanto e quanto foram destinados de recursos públicos à Santa Casa nos últimos três anos. Informações que foram objeto de um requerimento de informações reprovado na Câmara recentemente por determinação do governo de Diogo Balieiro aos vereadores de sua base, segundo revelou em plenário um desses parlamentares, Roque Cerqueira. Enquanto barra o acesso às informações sobre repasses à Santa Casa, onde boa parte de equipamentos e serviços são alugados, Balieiro avança sobre a Saúde de Itatiaia, cuja pasta é ocupada por Luiz Saldanha, que já coleciona polêmicas. Saldanha também pode estar sendo favorecido pelo encobrimento dos repasses à Santa Casa de Resende, já que ele foi o diretor da instituição até outubro de 2022, quando foi subtítulo por Kaio Márcio Paiva, também ligado a Diogo e cujos repasses públicos sob sua gestão se encontram indisponíveis no Portal da Transparência.

Para ler mais sobre o encobrimento dos repasses à Santa Casa, clique nesse link.

Já a fábrica de números de Diogo Balieiro, ao que tudo indica, exagerou tanto que “tentou colocar São Paulo” dentro de Resende. É o que se pode concluir através de um comparativo entre o número de atendimentos da Beneficência Portuguesa com o da Santa Casa da “vozes da cabeça” do prefeito de Resende.

A Beneficência Portuguesa atende por ano 1,8 milhão de pacientes, dos quais 50%, cerca de 900 mil pessoas, são atendimentos filantrópicos. Isso representa em média 150 mil pessoas por mês e 75 mil atendimentos filantrópicos.

O gigantismo da Beneficência Portuguesa se deve também ao número de médicos, 3 mil, e de colaboradores, 7,5 mil. Quadro infinitamente maior que a Santa Casa de Resende, cuja estrutura é muito mais modesta em razão da demanda da cidade de cerca de 130 mil habitantes. Mesmo assim o governo Balieiro tentou enfiar goela abaixo da população que a Santa Casa realizou 99 mil atendimentos em agosto, o que daria 1,2 milhão por ano, mais que a fatia filantropia da Beneficência Portuguesa.

O que parece fake news ou um devaneio também pode ser constatado através de um comparativo com números da própria prefeitura de Resende, que relatou em 2020 que realizou 698 atendimentos na Santa Casa ao longo de três meses, de maio a julho. O que representou uma média de pouco menos de 2.800 atendimentos naquele ano, número que representa apenas 0,23% do que o governo de Diogo divulgou. Isso quer dizer que, dos 99 mil atendimentos, 99,77% são são inverídicas.

Outro número que Diogo Balieiro também não gosta de propagandear é o endividamento de Resende, que chegou a R$ 311 milhões em outubro, quando o prefeito, que tem maioria na Câmara, conseguiu a aprovação de um projeto para fazer um novo empréstimo, de até R$ 25 milhões. Para ler sobre esse assunto, clique nesse link.