“Surfistas” da tromba d’água de Visconde de Mauá

R.N.P pede para não ser identificada dizendo que “tudo que fiz foi por amor ao próximo, seguindo os ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo” na noite de quinta-feira, dia 8, quando a empresária de Volta Redonda (RJ) chegava com a irmã a Visconde de Mauá, distrito de Resende (RJ), para um retiro espiritual durante o Carnaval. Foi quando ela testemunhou o transbordamento do Rio Preto, que corta aquela região, por causa de uma tromba d’água.

“Começou ali a minha missão ao lado da minha irmã, viramos a madrugada ajudando a socorrer as pessoas”, conta.

Mais tarde, R.N.P revelou a chegada de duas pessoas acompanhadas de outras que as seguiam e registravam tudo que faziam.

“Depois da tromba d’água e dos feridos, aquela foi a coisa mais dantesca que eu presenciei naquela noite porque eu percebi que eles estavam tirando proveito da tragédia, da dor das pessoas para se promoverem”, revela.

R.N.P afirma que nos primeiros instantes não tinha percebido que os dois médicos que eram fotografados e filmados enquanto atendiam as pessoas eram o prefeito e o secretário de Saúde de Resende, Diogo Balieiro e Jayme Neto, que é pré-candidato a prefeito de Resende.

“No outro dia fui acompanhar as redes sociais em grupos de Resende e os dois estavam lá se promovendo em cima da dor das pessoas, tirando proveito político da tragédia, transformando a tromba d’água em palanque eleitoral”, completa.

Mais marketing político em cima da tragédia

Pouco acima de Visconde de Mauá, outras vilas localizadas às margens do Rio Preto também sofreram com a tromba d’água e o marketing eleitoral de políticos. Entre essas localidades estão Maringá, pertencente a Itatiaia (RJ), onde o prefeito Irineu Coelho, que pouco fai para promover melhorias para os moradores, vestiu o colete da Defesa Civil e foi posa para fotos.

“A região dos vales sofreu com a forte cabeça d’água, mas também sofreu com a enxurrada de políticos tirando proveito do momento para se “solidarizarem” à comunidade. É um fenômeno a “empatia” dessa cambada de filho da p***!”, desabafou um internauta.

Tromba da suposta compra de votos

Aliados políticos, Diogo e Irineu também estão no centro de outra possível tragédia: a suposta compra de votos através de apadrinhamentos em atendimentos na área da Saúde. É isso que consta em uma denúncia apresentada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o MPRJ, que também inclui nomes como o deputado estadual Tande Vieira e o diretor da Santa Casa de Resende, Kaio Márcio Paiva.

Há alguns dias, argumentando ter comparecido ao Ciep Ezequiel Freire, em Itatiaia, para anunciar a apresentação de uma emenda parlamentar à unidade de ensino na semana passada, Tande Vieira usou as redes sociais para alardear seu comparecimento ao local como se os recursos para o Ciep tivessem saído do bolso dele e não dos cofres públicos.

O que já parecia ser propaganda eleitoral antecipada ganhou contornos ainda mais preocupante com a presença de Kaio, que nada tem a ver com o Ciep e deveria estar trabalhando naquele momento. Coincidência ou não, a diretora do Ciep, Angélica Alvarenga, usou as redes sociais há alguns dias para agradecer Kaio por um exame realizado na mãe dela, antes de declarar apoio à possível candidatura de Kaio em Itatiaia, para onde ele se mudou recentemente.

O episódio aconteceu um dia depois de Kaio ser anunciado como possível nome apoiado por Diogo. O efeito colateral dessa suposta compra de votos por meio dos recurso da Saúde estaria atingindo em cheio os moradores de Resende, que usam as redes sociais para relatarem longas esperas, de meses, por exames e outros procedimento de saúde. Isso foi o que relatou uma moradora nas redes sociais dizendo que a fila de espera por ortopedista dura atualmente cinco meses, que a de angiologista é de quatro meses e que o contrato da prefeitura de Resende com um hospital particular da cidade que inclui angioressonância, destinado a identificar obstrução em veias e artérias, teria vencido há oito meses e o procedimento não é realizado na Santa Casa de Resende.

Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.

Resende endividada

Outro possível efeito colateral da política expansionista do prefeito de Resende pode ser o endividamento das contas da cidade do sul fluminense. Isso porque Resende Relatou um endividamento de mais de R$ 311 milhões, ocasião em que Reginaldo de Engenheiro Passos e outros vereadores da base de Diogo Balieiro ajudaram a aprovar um empréstimo bancário de R$ 25 milhões.

Para ler mais sobre esse assunto, clique nesse link.